sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Capítulo 13


Capítulo 13
— Isto é o Balcão de empréstimos?
— Sim. — respondeu Demi e elevou o olhar da pilha de pedidos.
Era um dia de muito trabalho, as sextas-feiras sempre eram. Era o último dia da semana do horário normal na biblioteca e, além disso, Demi imaginava que a maioria das pessoas não desejavam trabalhar durante o fim de semana. A jovem a sua frente estava com cabeça raspada, pircings por toda a orelha esquerda e um braço coberto de tatuagens. Também viu uma bolsa de mensageira cruzada sobre o peito e uma capa de roupas no braço.
— Tenho um pacote para... — tirou um papel enrugado do bolso, vestia luvas de pele sem dedos —... Demi Lovato.
— Sou eu. —confirmou. Até então, Liam que já estava de olho na mensageira duende e rondava perto, claramente tentando entrar na conversa. A garota entregou a capa de roupa. Demi sentiu que ficava corada. Era a roupa que tinha usado na noite anterior.
— OH, obrigada... — resmungou e colocou rapidamente a capa atrás da mesa.
— Um segundo, há mais. — advertiu a garota, fazendo uma bola com o chiclete. Remexeu na bolsa e entregou-a uma carta dourada fechada. — Assina aqui. — indicou, estendendo-lhe uma prancheta e uma caneta. Demi assinou. A mensageira guardou a prancheta na bolsa e partiu.
— Estava indo tão bem. — protestou Liam. — por que não a entreteve mais um pouco ?
— Entretê-la para que?
— Estava me preparando para entrar na conversa. — ele respondeu. Demi revirou os olhos.
— Da próxima vez, seja mais rápido.
— O que é isso? — perguntou. Uma senhora se aproximou do balcão e entregou a Demi um monte de pedidos. Ela os passou a Liam, desfazendo-se dele com eficácia. Esperou que a mulher retornasse a sua mesa e que Liam desaparecesse em busca dos livros antes de abrir o zíper da capa. Na verdade, dentro viu as roupas que tinha deixado no Four Seasons. Justo quando a noite passada começava a parecer algo que tinha imaginado. A saia, a blusa e o casaco que tirou como se tratasse de uma velha pele reapareciam como se fosse o sapato de cristal de Cinderela, para demonstrar que tudo tinha acontecido de verdade. Colocou tudo debaixo da mesa e abriu o envelope dourado. Dentro havia um cartão preto com letras douradas. "A esperamos na recepção inaugural da exposição Beginnings, com fotografias do Luc Carle, Joanna Lunde e Joe Jonas. Galeria Manning-Deere, C/ Greene 42, às 18:00 horas".
O convite era para aquela mesma noite. A única coisa que podia pensar era que Joe desejava voltar a vê-la. A ideia de ir a punha nervosa, mas sabia que se não se obrigasse a sair de sua zona de conforto, passaria o resto de sua vida escondendo-se no seu quartinho enquanto todos os demais teriam uma vida.
— Demi, por que não atende o telefone? Estou cinco minutos te chamando. Levantou o olhar e encontrou com Blanda inclinando-se para ela sobre o balcão.
— Sinto muito. Não o ouvi.
— O que é isso? — perguntou sua chefe, olhando o convite que tinha na mão.
— É... Não sei. Encontrei-a sobre minha mesa. Blanda a pegou das mãos e esboçou um leve sorriso.
— Alguém deve ter perdido. — comentou; o pôs debaixo do braço e olhou para Demi como se a visse pela primeira vez. Demi entrou no apartamento com uma pilha de livros que ainda tinha que ler para o prêmio de ficção. Fechou a porta com o pé e se surpreendeu por ouvir uns estranhos sons que vinham do quarto de Selena.
"Genial — pensou. — A última coisa que eu precisava é ouvir a Selena praticando sexo durante toda a noite." Mas quando entrou na cozinha se deu conta de que, desta vez, o que ouvia não eram gemidos e grunhidos de paixão, Selena estava chorando. Deixou as bolsas no seu quarto e atravessou a sala como um raio para dirigir-se à porta do quarto de sua companheira. Chamou timidamente.
— Selena? Está bem?
Não houve resposta, além dos crescentes soluços.
— Selena, posso entrar? Esperou uns segundos, logo ouviu movimento. A garota abriu a porta. Tinha o rosto inchado, avermelhado e sulcado de lágrimas.
— O que aconteceu? Está bem? — perguntou-lhe Demi.
— Justin terminou comigo. — explicou Selena e isso provocou um nova onda de soluços. 
— Quem é Justin? — perguntou ela. Parecia uma pergunta inofensiva, mas, de algum modo, fez que a jovem chorasse com mais intensidade.
— Meu namorado. — respondeu.
— E Nick?
— Nick? Nick era só, já sabe um substituto até que Justin estivesse preparado para comprometer-se. De verdade não pensava que eu estava saindo a sério com Nick, não é? "Claro que soava que era sério todas as vezes que me acordou no meio da noite", pensou ela.
— Eu juro, Demi, a dor é quase física. Sinto como se fosse morrer. — lamentou-se com dramatismo. — Estou apaixonada por ele.
Apaixonada. Já esteve apaixonada alguma vez? Ela negou com a cabeça.
— Bom, pois tem sorte. Não desejaria este inferno nem a meu pior inimigo. E então, para seu espanto, Selena a abraçou e seu magro corpo se sacudiu entre soluços.
— Tudo vai se arranjar. —consolou-a Demi, enquanto lhe dava umas tapinhas na cabeça. E então lembrou do convite para a exposição de fotografia. Sentiu-se egoísta ao pensar nisso quando sua companheira estava tão magoada, mas não o pôde evitar. Não sabia o que pensar do convite e da insistência de Blanda e que teria extraviado. Passou o dia todo esperando impacientemente poder falar com Selena, mas teria que esquecê-lo no momento. Seu drama imaginário era menos importante que o coração quebrado tão real da garota. E então, Selena lhe disse:
— Não estrague tudo com Joe. Demi a olhou surpreendida.
— Por que diz isso? — perguntou.
— Porque eu estraguei tudo e eu estou tentando impedir que se sinta como me sinto agora. Ele ligou?
— Não.
— Hum. Isso sem sexo não é nada atraente, Demi. Provavelmente deveria propor-lhe isso. Ela ignorou o comentário e disse:
— Convidou-me a uma de suas exposições de fotografia. Selena se ergueu.
— Quando?
— Esta noite. Mas não estou totalmente segura de que queria me convidar. Contou-lhe o comentário de Blanda e Selena revirou os olhos.
— Essa é uma vadia. Quem se importa que o convite fosse entregue no lugar errado? Agora você joga na primeira divisão, Demi. Lance-se. Como é o lema? É melhor pedir perdão do que pedir permissão. Demi não estava convencida embora tivesse querido convida- lá, era consciente de que se arriscava ao ridículo. Estava se iludindo como uma colegial com um homem que ela não chegava nem à sola do sapato dele. Possivelmente estava se divertindo, pode ser que tivesse um vazio na sua agenda social e se entretinha convertendo à última garota que acabava de chegar à cidade em seu bichinho de estimação. Essa era a única maneira de explicar as loucuras que ele havia dito sobre vê-la usando apenas sapatos de salto alto ou seu desejo de fotografá-la. O motivo de que nada daquilo tivesse sentido era que não era real. O melhor seria esquecer tudo e esquecer dele.
— Não sei. Não vou. — decidiu Demi.
—É claro que deve ir. Não há razão para que nós duas fiquemos aqui sentadas, afundadas na miséria — assuou o nariz. — Por outro lado, te ajudar a vestir me dará algo útil para fazer.
— Não preciso de ajuda para me vestir.
— Demi, agora sim soou como uma louca. Anda, abre meu armário.
                                                  *** 
Demi o viu assim que entrou na galeria de paredes brancas e tão bem iluminada da rua Greene. Joe estava rodeado de pessoas no centro da sala. Ia vestido com sua descuidada elegância. Usava a gola da camisa aberta, mantinha os largos ombros retos e sua resplandecente e escura cabeça superava em alguns centímetros os demais ao seu redor. Ele olhou para cima e seus olhos escuros se fixaram nela. Demi sentiu um choque e mal conseguiu manter a compostura. Não queria interrompê-lo e decidiu dar uma volta para ver as fotografias. Mas Joe já estava se afastando do grupo e aproximando-se. Quando a olhou, também o fizeram a maior parte dos presentes na sala.
— Estou feliz que tenha vindo — Joe disse sorrindo.
Assim, o convite sim era para ela, depois de tudo. A descoberta fez sentir-se um pouco tonta. Sabia que deveria dizer algo despreocupado, como: "Não queria perder isso” ou indiferente como: "Estava pelo bairro". Mas a única que pôde fazer foi esboçar um tímido sorriso e ele parecia contente com isso. Então, Demi se deu conta do que a única coisa a dizer era o que pensava com sinceridade.
— Parabéns. Não entendo muito de fotografia, mas tenho certeza que isto é algo grande. Joe riu, embora não de zombaria.
— Diria que é algo menor ou médio. Mas poderia considerar como se eu estivesse abrindo caminho para o estrelato. Então, uma familiar loira se deslizou entre a multidão como mercúrio e apareceu de repente a seu lado. Blanda tinha prendido o cabelo loiro platinado num rabo de cavalo baixo, uma saia lápis preta e um Top sem mangas, o que lhe permitia mostrar seus braços bem tonificados e bronzeados.
— Que surpresa te ver aqui, Demi — exclamou. Seu tom foi cordial, mas qualquer um que visse o olhar que ela lhe lançou teria compreendido porque a jovem estremecera. Por sorte, Blanda desviou em seguida a atenção para Joe. — Assim no fim conseguiu a exposição que desejava. A afirmação indicava uma familiaridade entre eles que surpreendeu a Demi. Sua chefe ergueu sua taça de champanhe em um discreto brinde.
— Não é exatamente o que queria, mas é um passo a mais na direção correta. — respondeu Joe. Seu tom foi mais educado que amistoso. — Desculpa-nos por um momento? 
E isso foi mais uma ordem que um pedido. E Blanda se sentiu desprezada, dissimulou-o. 
— É claro, está trabalhando. Vê... para socializar. Vou estudar a concorrência. — ela disse-lhe com uma piscada. Joe guiou Demi através das pessoas que os rodeavam. Ela resistiu ao impulso de voltar-se para Blanda, consciente de que, de algum modo, faria pagar o desprezo de Joe. Ela se sentia fora do lugar e desejou que Selena tivesse concordado em acompanha-la. Seguiu-o até o fundo da sala e percebeu que numa das paredes estava escrito seu nome com grandes letras pretas.
— É este seu trabalho? — perguntou, detendo-se.
— Sim. — respondeu ele.
— Quero vê-lo. — disse, enquanto se aproximava das fotografias.
Joe parecia impaciente e isso a surpreendeu: — Não é para isto que me convidou? Para que veja suas fotografias?
— Te convidei porque queria te ver.
Não soube o que responder, assim se voltou para a parede. Todas as fotos eram em branco e preto e se deu conta de que todas eram da mesma mulher, um rosto tão famoso que inclusive Demi a reconheceu: a modelo holandesa Camilla Belle.
— São incríveis. – afirmou. — Para qual revista a fizeste?
— São fotos pessoais. — respondeu ele. — Nunca foram publicadas. Demi assentiu uma desagradável chama de ciúmes... e insegurança. Tinha saído com Camilla Belle? E se era assim, como podia estar interessado agora nela?
— São realmente... lindas. São as suas favoritas? — perguntou.
Joe soltou uma risada.
— Não, por quê?
— Bom, as escolheu para a exposição.
— Eu não as escolhi, é o que a galeria me pediu. As fiz quando estava começando. Em parte é por isso as tenho expostas aqui. Esta exposição é sobre os inícios da carreira dos três fotógrafos. Conhece o trabalho do Luc Carle? Se for assim, se surpreenderá com a temática de suas primeiras fotos. Demi não sabia nada do Luc Carle. No que se referia à fotografia, era uma completa ignorante. A única razão pela que tinha reconhecido Camilla Belle era porque seu rosto esteve onipresente durante a juventude da Demi. 
— Joe, bravo! — exclamou uma mulher de cabelos brancos e curto, com uns grandes óculos de aros pretos e redondos. — Que séries tão magnífica. Sabe? Faz muito tempo que ouvia falar de suas fotografias com Camilla, mas acreditava que era só um mito... Como o do Pé Grande. — A mulher riu.
— Obrigado por vir. — disse ele, mas não se incomodou em ocultar que estava distraído. Com a mão em suas costas, guiou Demi até um discreto canto sob as escadas. Ela se deu conta de que Blanda os olhava, embora fingisse não fazê-lo.
— Por que não está usando os sapatos que te dei de presente? — perguntou Joe. Ela o olhou, surpreendida.
— Está em sua exposição de fotografia e se preocupa em quais sapatos uso?
— É evidente que sou uma pessoa visual, Demi. Disse-te que esse tipo de coisas era importante para mim. Ao menos usa a lingerie?
— OH, sim. — mentiu. Ele a olhou fixamente e ela riu nervosa.
— Me siga. Começou a subir a estreita escada preta e Demi foi atrás dele. O segundo piso estava mais escuro e com as paredes nuas. Havia mesas e cadeiras amontoadas a um lado da sala e umas grandes caixas de papelão rebatidas apoiadas numa parede. Estavam totalmente sozinhos.
— Acredito que não deveríamos estar aqui acima. — sussurrou Demi.
— Eu estou seguro de que não. — respondeu com um sorriso devastador. — Agora me mostre sua roupa interior.
— Não vou fazer isso!
— Sabia que mentia. Ardia-lhe o rosto.
— Ok, menti. Mas mesmo que tivesse feito, não te mostraria a roupa íntima. Por favor, deve estar brincando.
— Não poderia falar mais a sério. — afirmou Joe. E seu modo de olhá-la fez que o seu coração parasse um segundo. Ele se aproximou dela, até que apenas um par de centímetros separavam seu corpo do dele. No início, a pôs nervosa que pudesse tocá-la. Então, quando não o fez, sentiu-se decepcionada. Passou um minuto e Demi olhou para baixo. Notou os olhos do Joe sobre ela e se sentiu envergonhada.
— Na próxima vez, faz o que te peço. — sussurrou.
E, então, passou a seu lado e desceu as escadas.

Um comentário:

  1. Scoorr gente q babado
    Pelo o q to vendo Joe quer dominar ela,pq olha
    Demi ja ta gamadona scooor
    Joe meu Deus caralho me fode kkkk
    to amandoo
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    Xoxo

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