domingo, 13 de setembro de 2015

Capítulo 7


Capítulo 7
— Comecemos, então. — anunciou Joe Jonas enquanto tomava assento na presidência da mesa. Sua escura beleza parecia inclusive mais espetacular no contexto daquela sala. Com suas maçãs do rosto altas e aquele cabelo glorioso, era como uma propaganda ambulante da colônia Pólo, de Ralph Lauren. Demi estava sentada no meio da mesa, mas, de algum modo, seus escuros olhos pareciam centrados nela.
Joe Jonas. A coleção Jonas.
Ela baixou a vista para seu caderno de notas. O seu rosto queimava.
— Joe, antes que comecemos... — interveio Blanda, olhando para Demi. "Não, não, não", pensou ela.
— Quero lhes apresentar a nossa nova bibliotecária, Demi Lovato. Assistirá à reunião e tomará notas.
— Bem-vinda a bordo, Demi. — saudou-a Joe.
O som de seu nome nos seus lábios foi surrealista. Sentiu que o resto da mesa a olhava, mas foi incapaz de formular uma resposta, nem sequer um simples "obrigado".
O que mais a espantou foi que não viu nenhum rastro de vergonha nele enquanto a olhava, nem sequer um sinal de reconhecimento que tinha sido pego naquela situação tão constrangedora. Era tão bonito como a lembrança que tinha dele, possivelmente inclusive mais. Sua beleza de Adônis poderia ter sido impessoal em qualquer outro, mas aqueles olhos negros e seu brilhante cabelo escuro lhe acrescentavam exotismo. E havia uma energia nele, algo vibrante e vivo inconfundivelmente sexual. Iniciou a reunião com o tema da festa de gala para entrega dos prêmios de ficção. Durante os últimos onze anos, esses prêmios eram entregues na primavera, mas esse ano os membros do comitê da biblioteca desejavam que a festa se realizasse no outono, para assim inaugurar com ela a temporada e incrementar a arrecadação de fundos.
Por desgraça, essa mudança de última hora tinha interrompido toda a agenda do comitê organizador. 
— Isso não nos deixa tempo para ler, para planejar... É um calendário impossível — queixou-se uma mulher.
— Os membros do conselho acreditam que o acontecimento se desperdiçara se for celebrado na primavera. O feriado de Ação de Graças é uma época do ano em que se fazem obras de caridade, dão-se presentes e uma celebração como essa atrairá a atenção para a biblioteca que poderá ser valiosa.
— Não pode tentar conscientiza-los? — perguntou alguém.
— Temos centenas de propostas das Editoras. Mais que o ano passado, quando contávamos com o dobro do tempo. É impossível dedicar o tempo que necessitaria cada novela.
Joe negou com a cabeça.
— Teremos que obtê-lo. Os que querem assim têm a maioria dos votos. A mesa se sumiu em uma enérgica indignação.
— Necessitamos mais leitores. — sugeriu a mulher. — Blanda, você vai ter que se encarregar de alguns destes títulos.
— Eu adoraria. — respondeu ela, embora, do jeito que agarrava o lápis, Demi suspeitava que quisesse dizer justamente o contrário. — Todos sabem que está ocupada com a organização do casamento e que este é um trabalho que requer muito tempo. —interveio Joe. Logo, olhando a Demi, acrescentou: — Acredito que teremos que recrutar à novata para isto.
— O que? —Blanda e ela exclamaram ao mesmo tempo.
— Boa ideia. — assentiu a morena de voz aguda. — Todos têm que ajudar em algo.
— Um momento. — protestou Blanda. — Demi é minha empregada e é minha responsabilidade que seu tempo seja investido de um modo sensato...
— Não estou pedindo que leia no trabalho, Blanda. — interveio Joe. — E já ouviu Betsy. Todos têm que dar uma mão. — Logo, como se com isso já estivesse tudo decidido, voltou a olhá-la. — Demi, é oficialmente uma de nossas leitores no comitê de leitura. Já explicarei como funciona depois da reunião. O essencial é que este prêmio foi criado para apoiar o trabalho de jovens escritores de ficção com menos de trinta e cinco anos. As Editoras enviam os seus concorrentes e nós selecionamos os finalistas. O prêmio são dez mil dólares. Como já disse podemos conversar depois da reunião. Agora temos que tratar o tema das sessões das conferências do outono. Jonathan Safran Foer não virá, assim necessitamos de um substituto para novembro...
Demi o observou quase sem escutá-lo, fascinada por sua segurança, seu domínio da reunião. Ainda não sabia os cargos e a hierarquia da biblioteca e todos os diversos sistemas de arrecadação de fundos e patrocínio de eventos, mas tinha a impressão de que fossem quem fosse os assistentes ou o acontecimento, Joe sempre estava no comando.Demi se refugiou no seu caderno. Tomar notas era a única coisa que podia fazer para evitar ficar olhando fixamente para ele; o modo como gesticulava com suas grandes mãos, como a camisa listrada ajustava aos ombros largos, seu sorriso que sugeria que, o que acontecia naquela sala estava a quilômetros de distância do que estava passando pela mente dele.
O tempo pareceu deter-se e voar ao mesmo tempo. Demi não desejava que acabasse a reunião, como se ele desaparecesse quando se esgotasse o tempo do relógio de areia. Sabia que isso era irracional. Entretanto, a sensação que lhe provocava o simples fato de estar no mesmo cômodo que ele era algo ao que ainda não queria renunciar. — Devo ir. — anunciou Blanda. — Tenho um almoço com a Coligação de Mulheres Leitoras do East Side.
Demi olhou seu relógio. Era quase meio-dia.
— Não importa, já acabamos. — disse Joe levantando-se. —Demi, espere um momento, por favor. Explicarei a você o processo de seleção dos nomeados. Blanda se voltou e dirigiu a ambos um estranho olhar.
 Joseph, ela tem que voltar para seu trabalho. 
Soltou uma risadinha forçada, como se na realidade não fosse tão importante, mas estivesse obrigada a dizê-lo.
— Não lhe entreterei muito. — disse ele. — Vá em frente, me agrade. — E lhe deu uma piscada. Blanda sorriu e, aliviada agora que ele a tinha convertido em cúmplice, partiu da sala.
Os outros membros do comitê também se retiraram. Quando a sala ficou vazia, só com eles dois, Joe lhe indicou que voltasse a se sentar e se acomodou de novo na presidência da mesa.
— Pode se sentar mais perto. Ninguém vai ocupar estes lugares. 
— sugeriu, enquanto sorria olhando as quatro cadeiras vazias que Demi tinha deixado entre os dois.
Ela engoliu a seco e se sentou ao seu lado, com o caderno de notas na mão. Não podia olha- lo.
— É maravilhoso ter você na equipe. Perante este comentário, ela conseguiu olha- lo nos olhos e ele lhe sorriu como se compartilhassem um segredo, coisa que, na realidade, era certo. Demi desviou o olhar.
— Há quanto tempo você trabalha aqui?
— Duas semanas. — respondeu.
— É de Nova Iorque?
— Não. — respondeu incômoda pelo bombardeio de perguntas.
Acreditava que estavam ali para falar d prêmio de ficção, não dela. Ele a olhava com atenção e se deu conta de que esperava que continuasse e dissesse de onde era.
— Sou da Filadélfia. Dos subúrbios da Filadélfia, da zona de Main Line.
— Ah, a refinada Main Line. — comentou Joe com um sorriso.
Demi não sabia se estava rindo dela.
— Minha família não é assim. — protestou à defensiva.
— E quando mudou a Nova Iorque?
— Faz um mês.
— Eita. Realmente é uma novata.
Demi sentiu um golpe de desgosto. 
— Não sou uma novata no que se refere a livros. Sou licenciada em Arquivos e Bibliotecas e fiz pós-graduação de Bibliotecas e Informática. Graduei-me com honras.
Por que havia dito isso? O que lhe importava o que ele pensasse dela? Joe assentiu como se avaliasse toda a informação que lhe tinha dado.
— Então, suponho que é uma leitora rápida. Você gosta de ficção?
— Sim — respondeu, cruzando os braços.
— Quais são seus autores favoritos?
Voltou a olhá-lo contemplando-o com receio. 
— Contemporâneos ou clássicos? — Qualquer um deles. Sorriu claramente encantado, ou ao menos, levemente divertido. Sua atitude pareceu condescendente e irritante, mas por nada do mundo fugiria a pergunta.
 — Bom, em primeiro lugar, Henry James. 
— Ah, sim. A Fera na Selva. Demi olhou para ele surpreendida. 
— Você o leu? — Não ponha essa cara de surpresa. Sou licenciado em Filologia Inglesa. E sim, eu li. É um de meus contos favoritos. 
— Só um deles?
— Uns quantos de Raymond Carver ocupam os primeiros lugares de minha lista. Ela assentiu. Era difícil atingi alguns de Raymond Carver.
— Bom isto é encorajador. — afirmou ele, ao tempo em que unia as palmas das mãos. — Ao menos, sabemos que compartilhamos o mesmo critério para os relatos curtos de ficção. — Seus olhos brilhavam.
— E dos contemporâneos? Demi pensou durante um minuto, com a mente subitamente em branco. Aquilo era ridículo, não tinha que provar nada àquele homem. Pouco importava se era licenciado ou não em Filologia Inglesa. Aquele era um tema de conversação no que ela se sentia segura.
— Jess Walter. — disse ao fim. — Todas seus romances são surpreendentes e totalmente diferentes uns dos outros. Logo, suponho que Tom Perrott , Michael Chabon...
— Interessante. — afirmou Joe, como se lhe tivesse revelado algo.
— O que?
— Todos os escritores que menciona são homens. Deve se conectar bastante com a sensibilidade masculina. Era certo? Não tinha mencionado nenhuma escritora? Nem mesmo uma única?
Sentiu uma pontada de desgosto. Quem era ele para julgar suas respostas, para analisa-las como se a estivesse submetendo a uma espécie de “Test Rorschach” literário?
— Não sei o que se supõe que significa isso. – replicou. — E, a propósito, não me engana nem por um segundo. Toda esta conversa sobre ficção não muda o fato que você é o tipo de pessoa que pode... Que pode... — titubeou repentinamente consciente de que a violência de sua indignação levou-a a um beco sem saída.
— Que pode o que? — insistiu ele, claramente divertido.
Seu lindo sorriso, o modo como se inclinou para ela, esperando ansiosamente sua resposta, foi o insulto definitivo.
— Fazer sexo na biblioteca. — sussurrou.
— Calma. Acredito que não deveria ir por aí fazendo umas acusações tão graves. — respondeu de uma maneira tão inocente que Demi quase acreditou que tinha imaginado tudo. E então Joe começou a rir.
— Não posso acreditar que ache divertido. — disse ela.
Ah, não nos esqueçamos de que foi você quem entro às escondidas numa sala privada. É uma garota travessa. De repente, deixou de sorrir e a olhou de uma forma que fez seu estômago encolher. Sua mente se encheu com a imagem daquela mulher inclinada sobre o banco, com o cabelo caindo até o chão... E a expressão de prazer no seu rosto enquanto Joe a investia uma e outra vez...
Demi se levantou e saiu correndo da sala. 

                                                *** 
— Como vai o mundo bibliotecário? — perguntou Nick, enquanto colocava a mão no pacote de bolachas Oreo de Demi e comia dois de uma vez só. Ela deu uma olhada a Selena para que repreendesse o seu namorado, mas sua colega de apartamento estava distraída, sentada no banco da cozinha, pintando as unhas dos pés de um verde florescente.
— Bem. – respondeu Demi a Nick enquanto abria a geladeira e tirava os espaguetes que tinham sobrado do jantar da noite anterior.
— Algum outro encontro com alguém nu? — insistiu Selena.
— Não. — respondeu ela. 
— Finalmente disse a sua chefe? — interessou-se Nick. Demi colocou o prato de massa no micro-ondas.
— Não, não lhe disse nada.
— Deixou que o pervertido seguisse por aí solto? — exclamou Selena com satisfação. Ela se encolheu de ombros. Não sei se ele é realmente um pervertido.Estava na sala privada e acontece que é uma sala que sua família doou ou algo assim. Dirigiu-se à mesa de jantar e puxou a última pilha de revistas de moda de Selena.
— Ei, não pode nos deixar assim depois de fazer esse estranho comentário. — protestou sua colega, enquanto veio andando com os calcanhares e com os dedos dos pés separados. Nick a seguia.
— O que quer dizer com sua família doou a sala? Como se chama?
— Não quero dizer isso a vocês. — respondeu Demi. Selena riu.
— Por que não? Até que enfim tem algo interessante a dizer e vai nos ocultar?
— Irá publicá-lo no Twitter ou em um blog ou o que seja que faça.
— Não o farei. — replicou a outra garota. — Prometo-o. Seu amiguinho pervertido da biblioteca será nosso pequeno segredo. Não sairá desta sala. De acordo, Nick?
— De acordo. — assentiu ele. Demi vacilou um momento, mas sua necessidade de confiar em alguém superou a sua prudência.
— Joe Jonas. — alfinetou.
— O que tem ele? — perguntou Selena.
— Esse é o cara. Selena separou uma cadeira da mesa e se deixou cair nela com os olhos arregalados.
— Tá de sacanagem.
— Absolutamente. Por quê? Você o conhece?
Nick se aproximou. Era evidente que estava muito interessado na resposta desta pergunta. Selena agarrou uma revista W do monte e passou as páginas apressadamente. Ao não encontrar o que procurava, agarrou outra. Então o encontrou e plantou a revista diante do rosto de Demi. Estava-lhe mostrando uma foto em branco e preto de uma mulher com um vestido de costas nuas, inclinada para frente, com a coluna arqueada. As mãos chegavam aos pés e tocavam os elegantes sapatos de salto agulha.
— Quem é? — perguntou Demi, estranhamente assustada por que Selena poderia lhe responder que era a noiva do Jonas.Embora o que importaria? Mas em vez disso, sua companheira assinalou a legenda impressa debaixo da imagem. Fotografia: Joe Jonas.
Custou-lhe um minuto assimilá-lo.
— Me deixe ver isso. — Agarrou a revista e passou uma página, logo outra.A fotografia que Selena tinha mostrado era primeira de toda uma reportagem de Joe.
— É um cara muito importante neste campo. — explicou a garota.
— Quando publicaram pela primeira vez suas fotos nas revistas, as pessoas pensaram que era um hobby, por todo o dinheiro que tem. Mas sossegou todas as críticas com fotos como estas.Demi deixou a revista sobre a mesa.
— Bom, me alegro por ele. Mas isso não lhe dá direito de usar a biblioteca como seu pátio de recreio pessoal.Selena suspirou.
— Relaxa, garota. Deveria reconhecer um grande momento de Nova Iorque quando o tem diante do nariz.
— Ou quando te mostram sua bunda nua na cara. — brincou Nick.
Riram e Demi removeu o espaguete no prato. Cansada de ser o objeto de suas mordazes brincadeiras, finalmente perguntou:
— O que me sugerem que faça?Selena pôs uma mão no seu braço.
— Tome-o como brincadeira. Sabe como fazê-lo, Demi?
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Prontinho ta ai o prometido, ,já está chegando nos hots, beijos.

2 comentários:

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    Podes divulgar os meus blogs... por favor
    adorei as historias estao muito boas, podias colocar seguidores paraos teus leitores seguir-te.
    beijokas

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  2. Posta logo, amando a história! Bjs

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