segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Capítulo 28

Capítulo 28


Às seis e meia, Demi deslizou o cartão no apartamento 2020 do Four Seasons. Mas essa noite seria a única das instruções do Joe que seguiria. Dentro, o ar condicionado gelado a fez estremecer. Fechou a porta a suas costas.
— Olá? — disse, uma vez que entrava no salão. As flores cobriam virtualmente todas as superfícies, rosas, orquídeas, copos-de-leite, todas em vasos de vidro esculpido.Por uma vez não havia camareira a esperando para ajudá-la a se vestir e isso foi um alívio. Possivelmente Joe supunha que já podia fazê-lo sozinha.
Deixou a bolsa Chanel na banqueta cor de cereja da entrada e entrou no quarto. A enorme cama estava cheia de sacolas e caixas envoltas com laços de todas as cores. Demi deu meia volta e retornou ao salão. Sentou-se numa poltrona de camurça e começou a bater o pé no chão ansiosa.Agora tudo começava a fazer sentido Blanda arrancando das suas mãos o convite da galeria. Como olhava para Joe nas reuniões e como tinha se mostrando cada vez menos tolerante a respeito de qualquer atenção que Joe tivesse com ela. Estava claro que não só tinha tido algo com Joe, mas também, com ou sem noivo, Blanda ainda sentia algo por ele.
      A porta se abriu.
Joe entrou e sua surpresa foi evidente ao encontra-la sentada no meio da sala. O assombro no seu rosto foi provavelmente o primeiro momento de descuido que Demi viu nele e em outras circunstâncias esse gesto com toda segurança teria feito que lhe pegasse ainda mais amor. Mas não nesse momento.
— Por que não está vestida? — perguntou mais alarmado do que irritado.Claramente, foi bastante inteligente para saber que algo ia mau.
— Estou vestida — replicou e se levantou para atravessar a sala e ficar diante dele. — E vou. Só queria te dar isto.Colocou o pingente na mão. Ele abaixou a cabeça e a olhou como se a visse pela primeira vez.
— Não entendo — disse.
— Não, sou eu quem não entendia-o. Não dava conta de que o pingente era algo comum entre o pessoal feminino da biblioteca.
Seus olhos brilharam pela compreensão, mas rapidamente lhe dirigiram um sereno olhar neutro.
— Duvido que alguma de suas companheiras do balcão de empréstimos leve esta corrente— afirmou.
— Ah, não ficou sabendo? Já não estou no balcão de empréstimos. Fui rebaixada ao balcão de devoluções. Ao que parece, minha chefe não está muito contente comigo ultimamente. Tem alguma ideia por que poderia ser?
— Parece que você sim. Então por que não diz simplesmente o que tem na cabeça, Demi?
— Por que não me disse que tinha dormido com Blanda?
— Não falo de ex-amantes. E foi há muito tempo.
— Maldito seja, Joe! Não posso acreditar. Sinto-me tão estúpida... — Sentiu que os olhos se enchiam de lágrimas e virou-se para que ele não pudesse as ver. — Estivemos na cama falando durante horas ontem à noite e, mesmo assim, não sei por que, não pensou em mencionar isto? — Não tem absolutamente nada que ver com você, Demi.— insistiu ele, apoiando uma mão no seu ombro.
Mas ela não se virou. Em vez disso, manteve os olhos fixos nas janelas, das que podia ver o centro da cidade.
— Não me parece isso — sussurrou.
— Foi há muito tempo, Demi. E foi algo breve.
— Estava apaixonado por ela? — perguntou em voz baixa.
— Nunca estive apaixonado. Tudo isto não tem nada que ver com amor.
As lágrimas surgiram mais rápidas, mais do que ela demorava em enxuga-las. O corpo começou a tremer pelo esforço de não chorar.
Agarrou a bolsa e passou ao seu lado em direção à porta.

                                                 ***


O sofá de Selena estava cheio de lenços amassados e empapados.
—Sinto muito — chorou Demi— Estou deixando tudo feito um desastre.Pegou o último lenço da caixa.Selena se dirigiu ao armário do corredor e tirou outra caixa nova.
— Só precisa vê-lo objetivamente. O que eu disse desde o começo?Divirta-se e não espere mais nada. Olhe, agora tem roupas fantásticas e joias. Não posso acreditar que lhe devolvesse o presente.Ela negou com a cabeça.
— Não posso me divertir se não há nada mais, se não tem sentido. Posso te perguntar uma coisa? O que aconteceu com você e esse cara que você gostava de verdade? Justin ?
— Oh, isso. — Selena soltou o cabelo, o retorceu e voltou a prendê-lo de novo antes de falar: — Ele não queria ter uma relação "exclusiva". A questão é que no começo eu me sentia péssima, mas logo pensei que a melhor forma de enfrentar isso era me mantendo ocupada.
— Com outros rapazes.
— Bom, sim. Dessa forma não pensava nele, nem ficava muito necessitada. Quando estava com outros caras, não me perguntava onde estaria Justin ou o que estaria fazendo. Pelo menos, não tanto como o teria feito se tivesse ficado sozinha em casa. Mas então ele descobriu o Nick e mais outro cara e ficou irritadíssimo.
— Mas ele sabia que estava vendo outras pessoas? — Demi decidiu ser mais comedida em vez de ser mais exata e lhe perguntar: "Sabia que estava dormindo com um rapaz diferente a cada semana?".
— Sabia que em teoria eu podia ver outros meninos, assim é como ele queria que fosse a nossa relação. Mas quando se deu conta de que eu estava fazendo realmente, ficou louco. Embora ele estivesse saindo com uma garota, Amanda Donovan, que minha amiga Sherry conhece pelo Spence.
— Que hipocrisia! — afirmou Demi.
— Totalmente! Os homens podem atacar a torto e a direita, mas não receber. Assim ele ficou furioso e me disse que acabou.
           Soou o interfone.
— Pediu alguma coisa para comer? Porque estou morta de fome
— perguntou Selena.
— Não, — respondeu Demi. — Não pedi nada. — E em seguida, para prevenir-se de que provavelmente seria Joe, disse rapidamente: — Não atenda. —Selena assentiu devagar enquanto seguia a direção de seus pensamentos.
— Então, não está em casa? —perguntou enquanto se aproximava do interfone.
— Exato. Não estou — assentiu Demi. — De fato, nenhuma das duas está. Sua companheira levantou os polegares e deu as costas ao interfone. Voltou a sentar-se no sofá.Mas então bateram na porta.As duas se olharam.
— Que merda — articulou Selena sem emitir nenhum som.
— Alguém lhe abriu a porta — sussurrou ela.
—Sei que está aí, Demi — gritou Joe do corredor. Sua voz soou forte, mas calma.Ela se meteu debaixo da mesa de jantar.
— Que demônios está fazendo? Ele tem visão de raios X? Vá para o seu quarto. Vou dizer a ele que está dormindo.Demi correu para o quarto e fechou a porta. Em seguida apoiou a cabeça nela e encostou a orelha direita à madeira, mas não pode ouvir nada, porque as paredes eram maciças. Malditas construções anteriores à guerra! Um forte golpe na porta a fez dar um salto para trás.
— Demi, eu não vou até que fale com você. Maldita companheira de apartamento! Como podia ser tão fácil de usar? Abriu a porta do seu quarto. Joe entrou como se tivesse estado ali dezenas de vezes. Aparentemente, era a única que estava desconcertada ao vê-lo em seu apartamento. Na verdade, parecia que ela estava sonhando acordada.Ele fechou a porta e ela recuperou o equilíbrio sentando-se na cama de solteiro.
— Este lugar é pequeno — ele comentou. Ela assentiu.
— Demi, me escute. O que aconteceu com Blanda foi há muito tempo. Agora ela está noiva e vai se casar. Já sabe.
Ela voltou a assentir.
— Acho que eu pensei... Para mim isto é tão intenso... Eu achava que era especial. Não sabia que fazia com todas. A ideia de Blanda no apartamento do Joe atando-a, tocando seu corpo nu... dela tocando-o a enojou. Levantou-se e deu-lhe as costas, mas ele apoiou as mãos nos seus ombros, e a fez virar-se com delicadeza sentar-se na cama, a seu lado. Então passou os braços a seu redor.— Demi, o modo como estamos juntos, as coisas nas que ensinei a você, não são exclusivas nossa. Assim é como sou sexualmente. E conheci outras pessoas, mulheres, que são como eu. Existe uma espécie de comunidade — explicou-lhe.
— Uma comunidade — repetiu Demi.
— Sim, a falta de uma palavra melhor. Conheci Blanda através de um amigo que também participava disto.
— O que quer dizer?
— Refiro-me que não são todas as mulheres com quem estou, que introduzo nisto. Conheci algumas que sabem seu papel como submissas, têm seus limites estabelecidos e entramos numa dinâmica fácil que se adapte a ambos.
— Blanda? Demi tentou visualizar a sua dominadora chefe, arrogante e irritável sendo submissa no quarto. Só podia imaginá-la empunhando o chicote, não se curvando a ele.
— Sim. Nós nos conhecemos através de um amigo em comum, nos divertimos e depois continuamos sendo amigos.
— Amigos — repetiu Demi, aturdida.
— Sim. Acredito que estar comigo, ver meu interesse pela biblioteca, fez que aceitasse o trabalho. Demi mal podia processar a informação. Era como assistir toda a sua vida em Nova Iorque através de um caleidoscópio que transformava tudo em um milhão de fragmentos de cor.
—Pegou este trabalho por você — disse.
— Não, por mim não. Estava procurando algo que fazer depois que seu cargo desaparecesse na Ralph Lauren. Eu sabia que necessitavam de alguém na biblioteca...
— Bom isso explica muitas coisas — comentou Demi. Joe não mordeu a isca, embora se o tivesse feito, teria lhe dito que era evidente que para Blanda dava valor igual aos livros ou a biblioteca, que para ela era um mero passatempo até o casamento ou até que aparecesse outra coisa. E então lhe veio outro pensamento à cabeça, um doloroso que a impulsionou a fazer uma pergunta cuja resposta não desejava saber realmente.
— Fotografou-a alguma vez? — perguntou em voz baixa. Joe a olhou diretamente nos olhos.
— Sim — respondeu. Demi fez uma careta de dor, como se a tivesse golpeado. Assim tinham feito algo que ela, Demi, não fez e não poderia fazer, com ele. A sua relação física poderia fazer parte do passado, mas Blanda sempre a superaria nisso. E uma vez que o pensava, e uma vez que já sofria por isso, sabia que era irracional. Mas não pôde evita-lo.
— Deu-lhe a bunda? — perguntou.
— Não fale assim. Não soa bem vindo de você.
— Deu?
— Não, — respondeu. Ela sentiu-se aliviada. E foi então quando se deu conta de que tudo aquilo não poderia ser nunca só diversão para ela, não seria capaz.
— Demi, me escute. Estive fotografando mulheres desde os meus dezessete anos. Eu tenho dormido com mulheres desde os quinze. Tive infinidades de amantes, alguns habituais, e outras que conheci através do mundo BDSM, onde um se... envolve mais. Mas nunca senti com ninguém o que sinto quando estou com você. Nunca introduzi ninguém neste mundo.
— Por que não?
— Não quis. E, no começo, quando vi você, tampouco planejei fazê-lo. Pensei que era linda e que parecia um pouco perdida e, não quero ser grosseiro, mas tive um intenso desejo por você como uma conquista. Então quando falei com você aquele dia depois da reunião dos Lions, soube que não me bastaria com isso. Ela respirava depressa e sentiu que as lágrimas voltavam.
— E agora o que? — perguntou.
— Agora volta comigo para o Four Seasons e vamos continuar com a nossa noite. Levantou-se e se dirigiu a penteadeira e começou a brincar com a escova do cabelo.
— Quero dizer, onde é que isto nos leva? Minha chefe me odeia cada vez mais, assim meu trabalho é um desastre. E nós continuamos com a nossa relação física até que alguma nova conquista te chame mais a atenção e eu fique... destroçada.
— Demi, o que é tudo isto? As coisas estão realmente ruins no trabalho? Falarei com Blanda.
— Não! — gritou, enquanto se virava. — Não. Não faça nada.
— Blanda é só uma amiga. Não estive com nenhuma outra mulher desde a nossa primeira noite juntos.
—Não? — O certo era que sua ingenuidade chegava a tal ponto que nem sequer lhe tinha passado pela cabeça a ideia de que pudesse estar vendo outras mulheres.
— Não, — repetiu, como se esse fato o assombrasse. — Não posso,
e nem quero fazê-lo. E isso nunca me aconteceu antes — acrescentou.
— Não vê o quanto estou obcecado por você? Assim, a mecânica do que fazemos no meu apartamento, naquele quarto, não é exclusiva nossa. Mas como me sinto em relação a você sim. —Ela assentiu, tentando processar tudo o que estava dizendo e conciliá-lo com suas próprias dúvidas e preocupações. E por muito que desejasse fazer o que ele sugeriu, irem juntos e continuar com sua noite, não podia.
— Acho que você tem que ir.
— Por quê?
— Não posso continuar a fazer isto — respondeu. E começou a chorar brandamente.
— Demi — insistiu ele. — Não tem que fazer nada. Mas não vou embora. Olhou-o assombrada. Apertava a mandíbula, mas seus olhos a fitavam com ternura.
— Não te convidei para ficar — replicou.
— Está certo, perguntarei se posso ficar. Nem sequer temos que falar se não quiser. Esboçou um sorriso vacilante. Ela resistiu ao impulso de devolve-lo.
— Eu quero falar — disse. —Mas de coisas que são reais. Este assunto sobre Blanda me fez perguntar o que mais não sei de você.
––Demi, a única coisa que precisa saber de mim: eu estou total e completamente deslumbrado por você. Não pude evitar que escapasse um pequeno sorriso, bem pequeno.
— Deslumbrado? Eu nunca tinha ouvido alguém usar esta palavra.
— Eu não sei que de outro modo posso descrevê-lo — admitiu.
— Normalmente, consigo manter minha vida muito bem organizada. Tenho meu trabalho e meus amigos e também minha via de descarga sexual. O sexo é somente sexo. Mas com você é diferente. Penso em você a todo o momento. Estava tentando fotografar uma mulher a trabalho outro dia e a única coisa que eu conseguia pensar era que se fosse você, eu a faria em preto e branco, e você jogaria os cabelos para trás, para que seus grandes olhos dominassem a imagem. Estou impaciente para ir as reuniões da biblioteca só para ver você do outro lado da mesa na sala do conselho. Sempre está comigo, Demi. E fico pensando que se eu foder com você de novo ou fizer qualquer outra coisa com você, vou estar satisfeito. Mas eu nunca tenho o suficiente de você
— Diz como se fosse algo ruim — observou ela.
— Não é que seja ruim, é que não é o que quero. Sentiu uma desagradável sensação no estômago.
— O que quer?
— Sinceramente? Só a parte do sexo. Só... sexo sem complicações.
Demi assentiu devagar, tentando não perder a calma.
— Isso não vai funcionar para mim — admitiu. Joe a abraçou e essa ternura fez com que fosse impossível conter as emoções. Chorou e ele a estreitou mais forte.
—Me deixa ficar com você esta noite? — pediu depois de um momento. Demi assentiu contra seu ombro, molhando sua camisa com suas lágrimas.
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Hey meninas cumpri com o prometido, quero saber o que vocês acham que vai acontecer, a Demi vai conseguir deixar o Joe? E será que Joe vai deixar a Demi ir?
PS.: Gente vocês viram que dddelicia vai fazer uma tour com o gostoso do Nick? Estou rezando para eles virem para o Brasil e já to começando a passar fome para juntar money.

2 comentários:

  1. Rhayza do céu como você me para logo ai???? Isso é vingança por eu parar em partes nada legal la no blog? Porque se for eu paro de fazer isso. kkkkkkkk
    Eu acho que Demi não vai conseguir deixar o Joe e ele também não vai deixar ela ir. Bom eu pelo menos não deixaria o gostoso do Joe jamais, mesmo ele sendo cafajeste as vezes. kkkkkkk
    Passaremos fome juntas amiga. #PARTIUJUNTARMONEY #DEMIENICKDELICIAS #VEMPROBRASIL.
    Posta logo Rhay, pelo amor de deus.
    Seja uma boa amiga e divulga meu blog? kkkkkk
    http://jemienelenaparasempre.blogspot.com.br/
    Beijos e posta urgentemente. Please s2s2s2

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