quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Capítulo 38


Capítulo 38 Mini maratona (4/6)
                                   

— Olhe para o chão, mas mantenha a cabeça levantada e olhando para frente.
Jess a britânica ruiva de sua primeira visita ao Four Seasons, estava a guiando com paciência em sua primeira sessão de maquiagem profissional. Demi se recostou numa das cadeiras da mesa de jantar de Joe. As luzes do teto lhe estavam dando calor.
— Isto não é muita maquiagem? — perguntou, tentando falar enquanto mantinha a cabeça quieta. Jess aplicou nos olhos o que lhe pareceu que era a terceira capa de sombra.
— Confia em mim, não é. Sei que Joe trabalha muito em branco e preto, assim precisa de mais contraste. Pode ser que pareça exagerado quando te olhar no espelho, mas para as fotos será perfeito. Joe estava ocupado preparando tudo no salão, movendo móveis.
— Farei algumas fotos lá fora — informou para Jess. Tudo aquilo era novo para Demi.
— Com qual as fará? Com a Mark II? Ele resmungou algo que pareceu uma resposta afirmativa.
— Cabeça quieta — repreendeu-a Jess. Naquela postura, Demi tinha diante dos olhos os seios da mulher, que saiam da fina camiseta cinza dos Rolling Stones. Perguntou-se com que frequência teria trabalhado Joe com ela e se o teriam feito muito estreitamente. Odiou-se a si mesma por sentir ciúmes e porque sua mente automaticamente acabasse sempre aí.
Perguntou-se quando se sentiria segura, se é que chegava a sentir-se assim alguma vez.
Jess olhou a variedade de pincéis, potes, pós, curvex, rímel, lápis, pinças e estojos de pós compactos pulverizados sobre a mesa de jantar. 
— Quase lá — anunciou, escolhendo e descartando vários batons para os lábios. Joe se aproximou para avaliar os resultados. Demi se sentia tão pintada e com as sobrancelhas tão depiladas que temeu ver sua reação com a transformação. Mas sua expressão admirada acabou com todas suas dúvidas.
— Jess, sempre posso contar contigo para que opere a sua magia
— exclamou. — E quanto a você — aproximou-se e apoiou a mão no cabelo; Demi levantou o olhar e a encantada adoração que viu nos seus olhos fez que o coração desse um salto, — está verdadeiramente bela.

                                             ***

Demi posava sobre o terraço do edifício de Joe, sob o cintilante manto das estrelas do verão, com o rio Hudson fluindo a suas costas, prateado à luz da lua.
O chicote já lhe pesava n s mãos. 
— Me olhe, mas ponha o corpo de lado — indicou-lhe Joe.
— Tenta colocar o chicote atrás da cabeça. Segura a pega com uma mão e o extremo com a outra.
Demi fez o que sugeria. A essas alturas, depois de horas de sessão fotográfica, já sabia como obedecer suas instruções e acrescentar também algo mais. Embora sua indicação mais importante tinha dado o começo do processo. Lembrou-lhe que as melhores modelos eram as que desfrutavam do que estavam fazendo nesse momento, as que não o faziam pelo dinheiro ou pela experiência artística, mas sim pela felicidade que sentiam nessas trocas entre a câmara e elas.
— Se pode sentir essa felicidade — disse-lhe, — teremos encontrado ouro.
Deixou cair o peso num quadril e sorriu como se estivesse a ponto de fazer algo extremamente perverso. Era um sorriso que se refletiu também em seus olhos, disso estava segura.
Ofereceu-lhe diversas variações da foto e logo lançou o chicote para um lado.
— Mostre-me o bumbum — pediu ele.
Duas horas antes, essa ordem a tivesse feito titubear, mas até então estava cheia de ideias sobre o que podia fazer com seu corpo.
Tinha começado com um espartilho e uma saia de couro, mas a essas alturas só levava um body preto, um corsario de renda também preto e as botas de plataforma que tinha comprado com Selena. Deu-lhe as costas e enroscou o chicote entre as pernas, virou a cabeça para olhá-lo como se a tivesse pego no meio de alguma coisa.
Durante a primeira hora, tinha pensado em Bettie, centrou-se nela para superar a timidez. Mas agora já tinha estabelecido uma relação com a câmara que era só dela.
— Tire o chicote e sente-se no chão — ordenou Joe.
Ele subiu num banco para poder fotografá-la de cima. Demi levantou o olhar quando ele levou a câmara aos olhos, mas viu que voltava a baixa-la.
— Onde está seu pingente? Quero que o use para estas.
— Sério? Está lá dentro. Tirei isso quando me troquei.
— Vá em frente. Quando olhar à mulher nestas fotografias, quero saber que é minha. 

                                          ***
Sentia as cordas mais escuras, a atadura dos olhos mais escura, o quarto mais frio. Era como se tudo estivesse levado a extremos para lhe recordar qual era seu lugar. Ele pode ter permitido ser dominadora no clube e nas fotografias, mas agora Joe estava decidido a fazê-la voltar para a realidade, sua realidade.
Deviam ser quatro da manhã e Demi estava atada exatamente igual como tinha estado a mulher do clube: de bruços sobre a mesa, em cruz, com os braços esticados e as pernas abertas. Totalmente nua, sentiu o anseio da vulnerabilidade e a insuportável antecipação, um desejo que se não aliviasse e a deixaria louca.
Ouviu que Joe se movia a seu redor e então, sem aviso prévio, sentiu a fria pressão do metal deslizando-se no seu ânus. Demi ofegou e, embora reconheceu a sensação do dilatador anal, o coração acelerou.
— Quantos golpes deu à mulher? — perguntou Joe.
— Quatro — respondeu ela.
— Em nosso caso serão seis.
Demi se esticou, esperando que a golpeasse com o chicote ou com a vara. Em lugar disso, o que sentiu em seguida foi algo duro, embora levemente elástico, como de borracha, que fazia pressão contra os lábios de seu sexo. Seu primeiro impulso foi resistir, mas se obrigou a não contorcer-se e permitiu que ele começasse a fazer sexo delicadamente com o objeto. Enchia-a como um pênis e sabia que devia ser um vibrador de algum tipo. Com o dilatador anal, aquilo era muito e esteve a ponto de dizer que não poderia suportá-lo, mas quando lhe tocou um ponto que provocou um tremor de prazer, tentou relaxar- se.Então Joe parou de movê-lo e a deixou com aquilo imóvel no seu interior.
Demi sentiu que sua vagina palpitava a seu redor, desejando mais do prazer que lhe tinha antecipado. O ter no seu interior mas sem transar era uma tortura.
— Ah! — A chicotada chegou quando menos esperava e a dor foi intensa.
Quase esqueceu a sensação de plenitude entre as pernas e o dilatador no bumbum quando seu corpo se esticou à espera do seguinte golpe, que foi igualmente duro.
— Conta — ordenou ele com a voz grave. — Vamos para o terceiro.De novo a dor, mais intensa dessa vez.
— Três — contou.
Seu único alívio foi saber que só chegariam a seis.
— Se perder a conta ou não contar em voz alta, começaremos de novo — advertiu-lhe.
A ameaça foi suficiente para quase fazer esquecer que número ia.
Outra vez, um golpe. Não sabia se tinha sido menos duro ou se ela se estava intumescendo, mas não lhe pareceu tão forte.
— Quatro — disse, tentando manter a voz firme.
Pensou na mulher do clube e se perguntou como era capaz de suportar isso de estranhos.
Ouviu que o chicote caía ao chão e o que sentiu a seguir foi a mão de Joe golpeando o traseiro com força, provocando uma aguda dor numa zona mais ampla. Surpreendeu-a tanto que quase esqueceu de contar. Mas por sorte conseguiu sussurrar:
— Cinco.
E logo nada. Sentia-o ali de pé e todos os músculos de seu corpo estavam preparados para a dor. Mas ele não a tocou. Com a ausência de golpes, voltou a ser mais consciente da incômoda pressão na bunda e entre as pernas. Embora sentiu o impulso de fazê-lo, não se atreveu a mover-se, pois pensou que com isso podia fazer cair algum dos artefatos que tinha metidos no corpo. E em seguida encontrou-se desejando que Joe lhe infligisse a dor final, consciente de que só então a liberaria da tirania do metal e da borracha. A única coisa que podia pensar era em desfazer-se deles.
— Me golpeie — murmurou.
— O que? — perguntou ele, embora Demi sabia que a tinha ouvido.
— Me golpeie outra vez.
— Quer que te dê outro açoite?
— Sim — respondeu.
— Tem que pedi-lo bem baby.
— Por favor, me dê outro açoite — disse.
Esticou-se e, sem dúvida, o golpe final foi o mais duro de todos, chocada por sua força, seu som e a ardência que pareceu estender-se do bumbum até as pernas.
— Seis — sussurrou.
Tinha acabado. Com o coração trovejando nos ouvidos, Demi esperou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário