sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Capítulo 44 Ultimo


Capítulo 44 Ultimo 

A beleza majestosa diurna da biblioteca se transformava de noite em algo diferente. A Sala Astor, iluminada suavemente por uns candelabros de reminiscência romana, era um majestoso espaço de mármore branco e espetaculares sombras. Demi apenas o reconheceu, preparada com mesas redondas formalmente arrumadas para os duzentos e cinquenta convidados, como o lugar que tinha atravessado diariamente. Agarrada ao braço do Joe, pensou que não deveria sentir-se incômoda por estar ali. Não era a mesma mulher que tinha subido as escadas com os olhos arregalados no seu primeiro dia de trabalho. Em alguns aspectos, nem sequer era a mesma mulher que Blanda tinha despedido fazia duas semanas. Com cada dia que passava, o amor de Joe, e agora sabia que era o amor mais profundo e claro do que jamais tinha ouvido dizer, estava ajudando a moldar uma nova versão de si mesma que nunca tinha sonhado que pudesse existir. 

— Estes eventos são muito mais toleráveis quando você pula a hora do coquetel — ele comentou, piscando um olho. Com seu smoking preto, era toda uma aparição, a personificação da beleza masculina. Demi sorriu-lhe. Graças aos Louboutin que usava, quase chegava ao nível dos olhos. Entretanto, Joe não teve nenhum problema em beijar os cabelos dela, que era o que estava fazendo quando um fotógrafo da revista New York fez uma foto. A atenção dos meios a surpreendeu, mas tentou ocultar sua reação. 
— Será melhor que se costume — disse Joe, mas ela não tinha nem ideia do que tinha querido dizer com isso. 
Sem dúvida, ali haveria alvos mais valiosos para os fotógrafos. 
Apenas no outro lado da sala, viu um grupo de jovens famosos de Manhattan, o ator Ethan Hawke (bonito e vagamente desalinhado, mas aparentemente mais velho do que ela pensava), Julianne Moore (deslumbrante com um vestido de seda cor ametista) e Adam Levine, o cantor do Maroon 5. Com sua jaqueta de smoking e as tatuagens tampadas parecia um cara normal de Nova Iorque. A única coisa que mostrou o seu status de estrela era a esbelta ruiva que tinha agarrada no braço, a que Demi reconheceu do anúncio de cuecas Calvin Klein num anúncio do Times Square. Agradeceu que Joe a tivesse convencido de que ficasse com o espetacular vestido Gaultier. Se tivesse posto algo inferior, teria se sentido como o patinho feio entre os cisnes. Como de costume, seus dedos tocaram o pingente com o pequeno cadeado de ouro que levava sob o pescoço de renda. Percorreu a sala discretamente com o olhar, perguntando-se quando se encontraria com Blanda e temendo que chegasse o momento. Mas em lugar de ver seu Némesis, ficou encantada ao descobrir Margaret, que estava conversando com um dos candidatos ao prêmio e que estava muito elegante com um vestido preto comprido e um impressionante colar de grandes pérolas ao pescoço. Viu Demi quase ao mesmo tempo que ela e se desculpou para aproximar-se. 
— Que surpresa tão agradável — exclamou Margaret. 
— Acreditei que disse que não viria — ela comentou, enquanto apoiava a mão em seu ombro. 
— Oh, tinha planejado não fazê-lo. Mas ao olhar da minha aposentadoria, vão me dar uma espécie de prêmio e teria sido de mau gosto não aparecer. — Virou-se para Joe e dedicou-lhe um sorriso caloroso. — Como está Joe? Como sempre tão elegante... 
e cada ano que passa se parece mais com a sua mãe. Sei que estaria muito orgulhosa de seu trabalho aqui. 
Demi apertou a mão dele, preocupada como ele tomaria o comentário. Mas bastou lhe lançar um olhar para seu rosto para ver que, longe de lhe desgostar, essas palavras o tinham feito ruborizar-se de felicidade. 
— Agora, se me dão licença — desculpou-se Margaret, — ainda tenho que encontrar um garçom que me ofereça uma taça de vinho branco em vez de algum ridículo coquetel. 
Demi ouviu uma voz familiar que a chamava. 
— Lovato! — virou-se e viu Liam, que se aproximava com sua acompanhante, uma jovem muito magra, com o braço coberto de tatuagens e o cabelo rapado. 
Demi a reconheceu, era a mensageira duendezinha. 
— Não liga, não escreve... Não posso acreditar que fosse assim — disse-lhe, enquanto sorria para indicar que só brincava. 
— Sim, foi um pouco repentino. Liam este é Joe, Joe, este é Liam e... 
— Miley — disse a jovem, enquanto estendia a mão. 
Demi puxou a manga do Joe. 
— É a mensageira que me entregava todas as suas cartas — explicou e observou como os olhos do Miley se arregalavam. 
— Você é o cara? — perguntou a jovem. — Tio, obrigado pelas gorjetas. Me pagou isto. 
Estendeu o braço para lhes mostrar uma tatuagem recém-feita, uma linha de texto em itálico que percorria a parte inferior de seu antebraço: A mente tem seu próprio lugar e pode fazer do inferno um céu e do céu um inferno. 
— É uma citação do Paraíso Perdido de Milton— comentou a garota com orgulho. 
— Sabe? Eu a julguei mau — confessou Liam a Demi. — Deve ser realmente demais para que a despeçam depois de levar só três meses no cargo. 
Ela não teve nem ideia de como responder a isso, embora Miley assentiu vigorosamente para mostrar seu acordo. 
— Demi... — disse Joe enquanto apertava a sua mão. 
Quando ela olhou para cima, piscou um olho. 
Um homem de cabelo prateado, baixo, mas de aspecto distinto atravessava a sala em direção a eles. Assim que Joe o viu, seu rosto se iluminou. 
— É bom ver você, Gordon — saudou-o — Quero que conheça a minha namorada, Demi Lovato. Ela sorriu para as suas palavras. O homem sacudiu sua mão. 
— Demi, este é Gordon Mortimer, o editor do Taschen. Ela conhecia Taschen, provavelmente a maior editora do mundo de livros de desenho, arte e fotografia. Joe tinha uma considerável coleção deles no seu apartamento: Dalí, Helmet Newton, David LaChapelle, Roy Lichtenstein. 
— Joe vi sua exposição no Manning-Deere. Um trabalho fabuloso. Estive falando com seu agente e deu-me muito coisa. Mas eu adoraria fazer um livro com você. Comentou-lhe isso? Ele confirmou. 
— Sim... e me sinto lisonjeado. Eu adoraria trabalhar com você, mas não tenho certeza de que as fotos de Camilla Belle sejam o material adequado para meu primeiro livro. 
— Tem outra coisa em mente? 
— Poderia ser. 
— Vamos almoçar juntos na próxima semana. — O homem sorriu a Demi e apertou a mão de Joe. — Estou impaciente para continuar a falar sobre isso. 
Quando ela teve certeza que ele não podia ouvir, ela se virou o Joe. 
— Isso é tão emocionante... — disse. — Queria falar com você mais tarde. 
Eles começaram a se mover entre os convidados e, como um animal na selva, Demi sentiu mais que viu, que Blanda a observava. Ela virou-se apenas o suficiente para para vê-la. Sua antiga chefe estava com um homem de aparência suave que a rodeava com o braço e Demi supôs que seria seu noivo, Harrison. 
Demi encontrou seu olhar e, desviou o olhar rapidamente, porém, o estrago estava feito. Pôde interpretar claramente o que diziam seus olhos: "saia da minha festa, puta". 
— Oh, Deus — sussurrou Demi. — O que? — perguntou Joe.
— É Blanda. 
— Ignore-a — ordenou. — Não pode permitir que fique nervosa. E não poderá evita-la a noite toda. Está sentada conosco. 

                                                  *** 

Sua mesa era a mais próxima do palco e estava composta claramente pelos convidados mais importantes da noite. Demi estava entre Joe e o diretor da biblioteca. Em frente dela, Ethan Hawke os entretinha com relatos da primeira festa dos Young Lions, em 1999. 
Demi quase não que podia vê-lo por cima do centro de mesa de copos-de-leite, mas escutava as anedotas com muita atenção. Ao lado dele, Blanda jogava faíscas pelos olhos, com uma raiva que sem dúvida era invisível para todos exceto para ela. 
A história dos desastres evitados por pouco da primeira festa foi acolhida com sonoras gargalhadas e isso animou a Harrison a contar sua própria anedota sobre a primeira vez que levou Blanda a Inglaterra para que conhecesse sua grande família e ela se viu obrigada a participar da caça anual da raposa. Seu relato divertiu a todos menos à própria Blanda. 
— Sempre digo a ela que não se preocupe e, mesmo assim sempre o faz, embora no final as coisas acabam magnificamente — concluiu Harrison. 
— Possivelmente acabam magnificamente porque me preocupo. 
Ou como eu gosto de dizê-lo por meu duro trabalho — replicou Blanda. 
Se alguém mais na mesa percebeu a tensão da troca, não o mostrou. Ethan estava respondendo perguntas sobre seu último projeto, uma sequencia do filme Antes do entardecer. Essa era a primeira vez que Demi ouvia falar disso e tentou reprimir o impulso de intervir e dizer-lhe o quanto tinha amado o filme. Deu-se conta de que o tinha visto quando possivelmente era muito jovem para apreciar plenamente a sua exploração da nostalgia, as oportunidades perdidas e os compromissos mais persistentes da vida, mas apesar de tudo tinha-a encantado. Até agora, era a razão pela que desejava visitar Paris. 
Pensou que deveria mencionar a Joe. Talvez algum dia pudessem ir juntos. Embora lhesegurava a mão por debaixo da mesa, ele estava distraído conversando com o par de Adam Levine, a quem, ao parecer, tinha fotografado fazia uns poucos meses para a revista W. Houve um tempo, não muito longínquo, que isso teria feito Demi sentir-se ciumenta e insegura. Mas estava convencida de que seu lugar em frente a sua lente fotográfica, e em seu coração, não tinha rival. Quando pegou trechos da sua conversa com a modelo, sorriu ao escutar que Joe estava falando dela. O diretor da biblioteca se desculpou. 
— É hora de começar o espetáculo — comentou e se aproximou do palco. 
O persistente murmúrio da sala ficou em silêncio quando o homem se aproximou do microfone para saudar à décima quarta festa dos Prêmios de Ficção Young Lions. 
— Antes que comecemos com a apresentação de nosso primeiro candidato, desejo dar as graças a todo o conselho, este ano, seus membros fizeram o impossível para organizar esta noite seis meses antes da nossa habitual data. 
A sala estalou num caloroso aplauso. 
— E agora tenho o prazer de lhes apresentar o presidente do conselho, Joseph Jonas. 
— Voltarei em seguida — sussurrou ele. 
Em seguida se reuniu com o diretor no palco. Trocaram algumas palavras, e as apresentações foram feitas e no final um dos escritores finalistas tomou o microfone para ler um fragmento de seu primeiro romance. Demi observou a graça e naturalidade com que Joe se desenvolvia em frente a multidão e pôde ver os olhos de todas as mulheres fixos nele, especialmente os de uma loira em particular, sentada em frente a ela. Quando Joe retornou à mesa, Demi se sentia cheia de orgulho e amor. 
Ele não se sentou, mas sim acariciou-lhe levemente as costas. 
— Vamos lá for tomar um pouco de ar — sugeriu. 
Não teve que repetir duas vezes. Estava ansiosa por compartilhar um momento a sós com ele. Imaginou um rápido mas apaixonado beijo no saguão. Joe caminhou rápido segurando a sua mão. Não disse nenhuma palavra até que estiveram fora, na entrada. 
Fazia frio e Demi estremeceu. Joe tirou a jaqueta e a pôs sobre os ombros. 
— Parecia tão dominante aí acima — comentou. 
— Você entre todas as pessoas é a que melhor sabe que aspecto tenho quando sou dominante. 
Ela sorriu e negou com a cabeça. 
— Já sabe a que me refiro. 
Ele se virou para ela e lhe esfregou os ombros. 
— Já se aqueceu? 
— Sim — respondeu com um amplo sorriso. 

Os faróis dos carros iluminavam a Quinta Avenida. Ela inspirou o ar, uma brisa que soprava do este. 
— Demi, lembra o que disse o editor, certo? 
— Sim. É obvio. É realmente emocionante. Já tinha me comentado algo. 
Joe assentiu. 
— Meu agente me disse isso há algumas semanas. Mas então não tinha nada que eu queria capturar num livro. Eu pensei que era muito cedo para fazer algo assim com o Taschen. 
— Não se preocupe — ela o tranquilizou. — Tenho certeza de que a oferta ainda estará de pé quando estiver preparado. 
— É isso que eu queria falar com você. Estava esperando o momento oportuno, mas o fato de que nós nos encontramos com o Gordon esta noite... foi uma casualidade. 
Demi o olhou com curiosidade. 
— O que? Você está me deixando nervosa. 
— Quero mostrar suas fotos. Para um possível livro. 
Ela prendeu a respiração. Levou uma mão ao peito enquanto se dizia que devia manter a calma. 
— Joe, você disse que essas fotos eram apenas para você. Para nós — acrescentou rapidamente, tanto que não sabia se ele a teria entendido. 
— Eu sei. E pode continuar sendo assim. Só te estou dizendo que, de todas as fotos que já fiz, essas são as minhas favoritas. As melhores, com certeza. A paixão e o amor que sinto por você se refletem nelas. É o que estava faltando no meu trabalho todo este tempo. Eu te amo Demi. 
— Eu também te amo — disse e Joe a atraiu para seus braços. 
Ela encostou o rosto no seu ombro, com cuidado para não manchar a camisa branca com o batom vermelho. Seus sentimentos por ele nesse momento eram tão fortes que faziam que a resposta a sua pergunta estivesse clara. Estava orgulhosa do que tinham feito juntos. As fotografias eram o resultado tangível do seu encontro no meio termo, a descoberta do lugar onde pudessem amar um ao outro e també amar a si mesmo. Não havia nada de errado nessas imagens. Não tinha que insistir que ficassem só entre eles. Talvez até se não fosse capaz de entrega-las seguiria guardando uma parte de si mesmo. E desejava dar-lhe tudo. 
— Quero que mostre as fotos — decidiu. 
Joe se virou para trás e a afastou delicadamente. 
— Não tem que aceitar. Mesmo assim, te amo — ressaltou. 
Embora Demi podia ver que ele tentava ser discreto e que sua excitação era evidente. 
— Sei que não tenho que aceitar. Falo muito a sério. 
Ele olhou para baixo, voltou a olhar para ela e a surpreendeu ver lágrimas nos seus olhos. 
— Me deu um verdadeiro presente Demi. E não me refiro só às fotos. 
Ela se aproximou e o rodeou com os braços. Sentia-se tão feliz que parecia que ia explodir de felicidade. Joe a empurrou e então percebeu de que ele estendia uma caixinha azul. Uma caixa da Tiffany'S. 
— O que é isto? — perguntou, sentindo um déjà vu da noite que lhe deu de presente o cadeado. Joe sorriu com os olhos brilhantes. Demi desatou rapidamente o laço branco e a abriu. Encontrou uma chave de platina, de quase quatro centímetros de comprimento, coberta de diamantes. Tirou-a da caixa e viu que era um pingente. 
Ele esticou os braços e ela percebeu que estava desabotoando o pingente de cadeado. Joe o guardou em sua mão.
— Eu adoraria vê-la com o novo — disse-lhe, enquanto o punha.
— Você não terminou de olhar para dentro da caixa.
A base de veludo sobre a que tinha estado o pendente se via vazia.
Demi olhou para Joe com curiosidade. Ele estendeu a mão e puxou o forro da caixa. Ali, no fundo, havia uma chave desgastada de bronze, muito normal.
— O que é isto? — perguntou confusa.
— A chave de meu apartamento — respondeu. — Suponho que com sua companheira a caminho do altar necessitará de um lugar onde viver. Demi levou uma mão à boca enquanto esboçava um sorriso idiota que ameaçava converter-se numa risada de êxtase.
— Isso é um sim? — perguntou Joe.
Ela assentiu com os olhos arregalados.
Ele a beijou nos lábios com suavidade, e depois se inclinou para trás.
— É obvio, compreenderá que em minha casa há certas normas.
Mas sei que é obediente.
— Oh, eu sou?
— Sim — respondeu, abraçando-a e pressionando a boca no seu pescoço. — No quarto, pelo menos.
Ele pegou a mão dela e começou a descer com ela as escadas.
— Não podemos ir ainda — comentou Demi.
— É obvio que sim.
— Eu quero ver como entregam o prêmio a Margaret.
— Você vai me fazer sentar lá e engolir a cerimônia inteira?
Demi sorriu enquanto assentia devagar.
— Tudo bem, pode fazer que me sente e engula isso. — cedeu.
— Mas quando chegarmos em casa, vou assegurar-me de que você não possa se sentar por uma semana.
— Promessas, promessas — cantarolou Demi, inclinando-se sobre ele.
Entraram de novo na biblioteca de mãos dadas.
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Ei meninas como vocês estão, eu tava super sumida né e peço-lhes desculpa, por que fim de ano e meu vestiular ja ta batendo na porta, esse foi o fim da historia e espero que tenham gostado vou posta amanha uma sinopse da proxima,beijos.

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