sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Capítulo sessenta e cinco



Joseph

Acordei com Demetria aninhada em meus braços, e lembrei que eu quase a tinha beijado. Só recuei porque eu sabia que forçaria a barra com ela. Eu queria que quando isso viesse a acontecer ela mesma tomasse a iniciativa para não ter arrependimentos depois.
Senti ela se mexer e seu bumbum acabou roçando sem querer a minha virilha. Eu não era de ferro e antes que ela percebesse a minha ereção eu me afastei.

“Não.” – ela gemeu baixinho quando eu a tirei dos meus braços. Ela abriu os olhos e se virou, eu já estava de pé, precisava chegar cedo no escritório.

“Já vai?” - ela perguntou.

“Eu já estou atrasado Demetria, meu dia será cheio.” – eu parei de falar quando ela saiu de baixo do cobertor e me abraçou.

“Obrigada por ter me ajudado essa noite Joseph .” –ela falou carinhosamente. Eu estava tentando ir devagar, eu juro que eu estava, mas ela não estava ajudando.

“Se eu pudesse eu faria isso todas as noites anjo.” - ela me olhou desconfiada, eu não suportava quando ela me olhava assim, eu queria tirar todas essas dúvidas da cabeça dela, queria que ela confiasse em mim.

“Eu vou até o quarto dos bebês enquanto você toma banho.” - ela avisou saindo da cama.

“Eu vou com você.”

“Você não está atrasado?”

“Estou, mas eu posso me atrasar mais um pouquinho por causa deles.” –sorri para ela.

Fomos para o quarto dos gêmeos e eu estava começando a pensar como seria ter Demetria e os bebês comigo todos os dias. Acordar ao seu lado, com o aroma que só ela tinha, ver seu sorriso logo pela manhã e ainda ter Wil e a Alice para alegrarem a minha vida era tudo que eu queria. Chegamos ao quarto e Ângela já estava com a Alice no colo.

“Que milagre é esse?” - ela falou ao ver que Edu ainda estava dormindo.

“Eu ia acordar a senhorita, mas...”- ela disse olhando para mim com uma cara de desaprovação. Ela passou Alice para o colo da Demetria e eu vi um pequeno sorrisinho no rosto daquele anjinho quando viu a mãe.

“Oh meu amor você sempre fica feliz quando vê a mamãe não é?” - Demetria falou e brincou e ela sorriu ainda mais.

Eu não imaginei que isso aconteceria, não desse jeito pelo menos, mas eu amava a Alice e o Wil como se fossem meus filhos. O amor que eu sentia pela mãe deles era tão grande que me fez amá-los com a mesma intensidade. Se a Demetria deixasse eu os protegeria e faria tudo para que eles fossem felizes.  Nesse momento Wil começou a chorar, Demetria já tinha me dito como ele era genioso. O peguei no colo um pouco e tentei acalmá-lo enquanto Demetria amamentava a Alice. Sempre que eu a via dando de mamar a eles eu ficava meio sem reação, era um momento tão íntimo e especial e ela dividia isso comigo com a maior naturalidade do mundo.

“Joseph passe o Wil para Ângela e vai tomar seu banho eu não quero te atrasar.”

“Eu gostaria de ficar Demetria, mas hoje realmente será um dia complicado para mim.” - falei enquanto brincava com o Wil que chupava o dedinho com força. “Agora eu entendo porque você sempre o alimenta primeiro.” - falei.

“Se eu não fizer isso ele chupa todos os dedinhos acredita?”

“Pode me dar ele.” - Ângela falou e eu percebi que ela não aprovava minha presença. Demetria

“Que garotinho mais lindo gente.” – Jéssica falava enquanto Wil olhava curioso para ela. Eu adorava o quanto os dois eram diferentes, Alice era um amorzinho com todo mundo enquanto meu menino era muito desconfiado “Eu vou morder você seu gordinho.” – ela falou brincando e ele parecia que ia chorar a qualquer momento.

“Para Jéssica se ele começar a chorar sou eu que vou ter que dar conta.” - nós estávamos sentadas no tapete da sala, ela brincando com o Wil e eu com a Alice no colo.

“Ele é tão fofinho não é bebê?” - ela tentou de novo, mas ele não sorria de jeito nenhum.

“Desiste.”

“Seu filho é rabugento igual ao Joseph tem certeza que o pai é o Wil?”

“Deixa de ser idiota Jéssica, é claro que é.”

“Eu só estou brincando sua boba, você sempre fica irritada quando eu falo do Joseph .”

“Chega Jéssica, Ângela já está encanada comigo porque ele passou a noite aqui, se ela ouvir você falando mais alguma coisa ela vai imaginar loucuras.”

“Ele passou a noite aqui e você só me conta agora?”

“Ele só dormiu aqui Jé, não foi nada demais.”

Contei para ela o que tinha acontecido e ela ficou louca porque eu escondi isso.

“Você gosta dele não é?” - o que eu sentia por ele era mais do que gostar, mas ela não precisava saber disso agora.

“Gosto.”

“Eu sabia.”

                                ...
Demetria 

“Eu não sei Joseph .”– disse ao telefone, Joseph queria que eu fosse jantar fora com ele na sexta e eu não sabia se era uma boa ideia.

“Por favor, Demetria, vai ser só um jantar. Você precisa sair e relaxar um pouco” – isso era meio que verdade.

“Tudo bem, mas eu quero um restaurante legal, nada de muito luxo.”

“Porque isso agora?”

“Porque eu quero me divertir Joseph , quero poder conversar com você direito. Nesses restaurantes sempre tem gente conhecida.” –e que a maioria dos meus antigos clientes frequentavam restaurantes assim, mas eu não queria falar sobre isso.

“Eu já entendi Demetria.” -respondeu em um tom seco.

“Você vai aparecer aqui antes de sexta?” –perguntei receosa, eu conhecia Joseph bem o suficiente para esperar uma reação exagerada depois disso.

“Pensei em passar aí hoje.” -na noite anterior ele ficou preso até tarde no trabalho e eu confesso que senti falta. Não é como se ele viesse aqui todos os dias, mas era quase. – “Precisamos conversar Demetria.”

Terminamos a ligação e eu me joguei no sofá com um misto de nervosismo e ansiedade, Joseph disse que precisava conversar comigo e eu já até imaginava sobre o que, eu só não sei se estava preparada para essa conversa ainda.

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