quinta-feira, 17 de março de 2016

Capítulo oitenta e cinco


Um mês depois.



“Demetria está tudo bem?” – Anita me perguntou, mas eu tinha parado de ouvir quando ela falou que o Joseph teria que voltar a Londres com urgência para resolver um assunto pessoal do escritório e teria que ficar pelo menos uns dois meses por lá.

“Está sim Anita é que eu me distraí.”

Continuamos conversando e eu logo desliguei. Eu não via o Joseph desde aquele dia em que eu me descontrolei e falei aquelas coisas horríveis para ele. Eu sei que o magoei porque ele mesmo pediu que Maria levasse os gêmeos até a casa dele agora. Tomei um banho e fui ver como meus bebes estavam. Eu sinceramente não poderia imaginar a minha vida sem os meus dois anjinhos, eu tinha que ser forte por eles e pelo bebezinho dentro de mim, mas cada dia que passava eu me sentia mais infeliz.

“Dá il” – oh meu deus, minha princesinha agora tinha aprendido a chamar o irmãozinho de il e não o deixava em paz nem um segundo, era ele se afastar dela que ela começava a chamar por ele.

“iiiil...” – Alice falou contrariada porque ele não estava prestando atenção nela.

“Wil dá o urso para a Alice um pouquinho dá meu filho.”

“Meu.” – ele contraiu o rostinho ficando emburrado.

“Toma esse aqui minha princesa.” – entreguei o outro ursinho para ela e me sentei para brincar com eles um pouco. “Meu.” – Wil falou e apontou para o urso que a Alice segurava. “Ah meu anjinho pode parar.”

“Meu Issi, dá.” – ele falou nervosinho e eu ri, eu já podia até imaginar como esses dois seriam daqui há alguns anos.

Joseph

“Isso não é adiável Joseph .” – minha mãe insistiu para que eu estivesse em Londres até a próxima semana no máximo. Eu ainda não tinha conseguido esquecer as palavras duras que a Demetria jogou na minha cara na última vez que nos vimos. Aquilo mexeu muito comigo, me doía ter que lidar com isso tudo de novo. Será que eu sempre viveria na sombra do Wilmer? Eu sei que Gigi o amava. Eu demorei em me dar conta que ter forçado aquele casamento destruiu a vida de três pessoas, a minha, a dela e a do Wilmer. Eu não queria que isso acontecesse de novo, não queria que Demetria ficasse porque não tinha outra escolha, mas isso também não significava que eu estava feliz em ter que me ausentar.

Eu estava nervoso porque teria que viajar e ficar longe com Demetria grávida, isso me deixava preocupado. O problema todo é que o meu pai precisava de mim para fechar os contratos da nova filial do escritório, entre reuniões, acordos e planejamentos isso levaria uns dois meses do meu tempo.

“Você vai conversar com Demetria sobre isso meu filho?”

“Eu tenho que conversar mãe, se eu e ela estivéssemos bem eu a levaria comigo, mas eu sei que vai ser impossível. Ter que deixá-la aqui é a última coisa que eu gostaria, mas eu entendo que o assunto é importante.” Uma pena que entender não era se conformar, porque eu estava inconformado desse assunto ter aparecido logo agora quando eu estava com a cabeça cheia de problemas e morrendo de saudades da minha Demetria.

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