Capítulo setenta e cinco

Demetria

“Positivo?”- mas isso era impossível! Jéssica até tinha me falado que isso poderia acontecer, mas que era muito raro. Então porque logo comigo? Alice e Wil não tinham completado um aninho ainda e eu não podia estar grávida de novo. Joseph tinha me garantido que não teria problema algum se eu não quisesse tomar anticoncepcional e que nós não precisaríamos usar proteção. O que eu faria agora?Como eu contaria para ele? Eu não tinha a menor ideia de como ele reagiria. Joseph era o homem mais teimoso e esquentado que eu conhecia, e se ele não gostasse? Eram tantas coisas que estavam passando pela minha cabeça que eu estava meio perdida. Tudo bem que ter um bebê do homem que eu amo era a coisa mais especial do mundo. Joseph tinha sorte por isso ter acontecido e eu esperava realmente que ele ficasse feliz com essa novidade.

                                                ...

“Joseph ligou Demetria, e pediu que eu avisasse que ele entra em contato com você amanhã.” - amanhã? Mas porque ele não me ligou?

“Ele não quis falar comigo não Maria?”

“Ele disse que estava um pouco ocupado.” – ela falou sem graça.

“Tudo bem.” - eu tinha acabado de descobrir que estava grávida e essa sensação ruim não me deixava de jeito nenhum. Fui dormir preocupada, sem conseguir parar de pensar no que faria, eu teria que contar ao Joseph , mas eu não tinha a menor ideia de qual seria sua reação.

Joseph

Evitei falar com a Demetria, principalmente depois que Maria me garantiu que ela tinha passado mal novamente. Tudo seria perfeito se eu pudesse dizer que o filho que ela provavelmente espera era meu. Mas se tem uma coisa da qual eu tinha certeza era a de que não podia ser pai. Isso me doía e me incomodava, eu queria ter meus filhos com Demetria, eu queria dar tudo a ela inclusive isso.

Eu estava ansioso e nervoso ao mesmo tempo, e precisava voltar e tirar essa dúvida da minha cabeça o quanto antes. Não sei como suportaria ficar longe dos gêmeos e muito menos longe dela novamente. Eu só conseguia pensar que se Demetria tivesse feito isso comigo eu nunca a perdoaria.

“Onde ela está Maria?” - perguntei assim que cheguei.

“Ela saiu.”

“Para onde?” – perguntei nervoso.

“Ela foi até a empresa do Sr. Rudson.” – é claro que tinha que ter o Louis no meio. Isso já estava me tirando à paciência, esse carinho todo que o Louis dizia sentir por ela me irritava.

“E os gêmeos?”

“ Ângela está com eles.” – subi para o quarto deles, eu estava morrendo de saudades dos meus anjinhos, eu não sei se algum dia eu conseguiria me afastar deles sem sofrer.

“Ângela?” – entrei no quarto e encontrei minha pequena engatinhando no tapete e meu garotão no colo da Ângela parecendo irritado.

“O que aconteceu?” –eu perguntei já tirando o Wil do colo dela, eu estava cansado da viagem e com a cabeça a mil, mas não perderia esses momentos por nada.

“Ele acordou assim, meio irritadinho eu acho até que ele está com um pouco de febre eu tentei ligar para a Demetria, mas...”

“Mas?” – perguntei.

“Eu não sei o telefone dela estava fora de área.”

“Ele deve estar com fome Ângela, prepare as mamadeiras dos dois e traga aqui para cima.”

“Sim senhor.”– Ângela saiu, eu sabia que ela ainda tinha um pé atrás comigo e sempre que dava me olhava desconfiada.

“Má, mááa...”

“Meu garotão você quer a mamãe não é?” – passei a mão em sua testinha e o senti meio quente mesmo. Como Demetria foi capaz de deixar o Wil em casa passando mal para ir até o Louis?

“Má, má, má...” – ele tentou falar de novo e parecia irritado que eu não entendia o que ele queria.

Fui até o seu berço e peguei o paninho que ele enrolava quando chupava dedo, isso o manteria calmo até a hora de mamar. Minha princesinha começou a querer atenção e eu tive que me sentar para poder pegar os dois ao mesmo tempo.

“Meu anjinho eu sou só um.” – disse enquanto ela tentava tomar o lugar do Wil, ela me deu um sorriso lindo quando eu falei e meu coração deu um aperto. Essa era a minha família, se Demetria destruísse isso eu não teria mais nada.

Demetria

Cheguei em casa apressada, eu tinha mil ligações da Ângela e do Joseph no meu telefone. Eu não queria ter ido até a empresa do Louis, mas ele tinha alguns detalhes que queria acertar comigo antes que eu começasse na próxima semana.

“O que aconteceu Ângela?”

“O Wil estava com febre menina, nós ficamos preocupados sorte que o Joseph chegou e chamou o médico, ele já tomou a medicação e agora está dormindo.”

“Passando mal de que? Quando eu saí ele estava bem.” – falei agitada.

“Eu sei menina é que quando ele acordou ele estava com um pouco de febre e nós ficamos preocupados.”

Subi as escadas com pressa e procupada, o que o Wil tinha de genioso ele tinha de carente, eu imagino como ele deve ter ficado tristinho comigo longe dele.

“Oh meu bebê, a mamãe está aqui agora.” - falei baixinho, ele já estava dormindo, passei a mão na sua testa e graças a Deus não senti mais nenhum sinal de febre.

“Finalmente não é?” – ouvi a voz grossa do Joseph atrás de mim.

“Joseph eu não sabia que ele estava assim, se eu soubesse.”

“Você teria feito o que? Marcado um encontro com o Louis outra hora?” – porque ele estava me tratando assim?

“Qual é o problema amor?”– olhei para ele e percebi o quanto ele estava nervoso.

“Vamos conversar no quarto, Demetria.” “Tudo bem.”

                                            ...

“Eu achei que você fosse mais responsável.”

“Eu não sabia Joseph .” – eu nunca sairia e deixaria meu filho passando mal para outras pessoas cuidarem.

“Assim como você não saiba se me contava que está grávida?” –ele falou.

“Como você sabe?”

“Até quando você esconderia isso de mim?”

“Eu... Eu... descobri isso ontem Joseph eu ia te contar só que...”

“Quem é o pai?” –O que? Eu não acreditava que ele tinha acabado de me perguntar essa merda. Recuei me sentindo desnorteada, isso tinha magoado.

“Eu não acredito que você está...”

“Quem é o pai Demetria?” – ele segurou forte o meu braço e eu só consegui chorar, as lágrimas começaram a cair com força. Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo. Respirei fundo buscando o ar, mas não conseguia sentir nada.

“É o Louis? Foi por isso que você largou o Wil passando mal? Você foi contar a novidade para o papai?” - Eu estava com tanto ódio dele, como ele podia pensar isso de mim? Depois de tudo que aconteceu como ele podia jogar tudo fora assim com essa desconfiança besta?

“O Louis não é o pai.” - consegui falar.

“Então quem é? Quem foi o babaca com quem você transou? Você precisou de dinheiro foi isso?” - ele disse mesmo o que eu tinha acabado de ouvir? Se não fosse pelos gêmeos eu juro que sairia naquele momento e o Joseph nunca mais me veria. Afastei-me dele tentando me acalmar, eu não o deixaria me abalar e nem prejudicar o meu bebê.

“Me responde Demetria.”

“Você é um babaca Joseph , o maior de todos.” – gritei e dei as costas a ele.

“Aonde você vai?” - ele me puxou quando eu tentei passar pela porta.

“Para longe de você.”

“Não vai mesmo, eu quero saber com quem você foi para cama merda.” - ele gritou e me puxou.

“Eu não fui para cama com mais ninguém, esse filho é seu.” - falei para ele desesperada. Esse bebê era nosso, como ele podia pensar o contrário?

“Eu não sou idiota Demetria e você também não é, eu confiei em você. Acreditei que você pudesse ser a mulher da minha vida eu enfrentei tudo por você e como você me retribui?”

“Joseph eu juro...” - tentei falar, mas eu estava ficando sufocada com as lágrimas e o desespero.

“Eu não acredito em você, nem se de ao trabalho de falar nada. Se você não vai me contar quem foi eu não quero ouvir mais nada. Converse com o Edgar sobre o que é melhor para você, se você vai ou não continuar nessa casa é problema dele agora.” - ele falou de forma rude e saiu sem me dar mais nenhuma chance de me explicar. Só que antes de sair ele jogou no chão um dos testes que eu tinha feito ontem à noite.

Sentei-me no chão chorando e pensando no que fazer, será que em nenhum momento ele pensou que poderia ser dele? Ele nem me deu o beneficio da dúvida e já foi logo apontando o dedo para mim. Eu estava tão entorpecida e exausta que eu não conseguia sequer raciocinar direito. A única coisa que eu sabia é que não queria ficar sem ele novamente.

                                             ***

“Senhorita acorda.”- Era Ângela me chamando.“Acorda senhorita, o Wil está passando mal novamente.”

“A febre voltou?” – perguntei tentando abrir os olhos.

“Sim e está mais forte eu procurei o Joseph para que ele ligasse para o médico, mas não o encontrei e...”

“Eu tenho o número Ângela.” –passei o número para ela e pedi que ela ligasse enquanto eu ia ver o meu bebê.

Peguei Wil no colo e o senti quentinho, ele estava quieto e ainda com sono.

“Meu amor não deixa a mamãe preocupada não.” - sussurrei

“Daqui a pouco ele estará aqui senhorita.”

“E a Alice Ângela como ela está?” “Alice está bem, eu já dei a mamadeira dela hoje e ela voltou a dormir. Wil que não quis mamar por isso que eu achei melhor te chamar.” - passei a mão pelo cabelinho do meu bebê que estava suado e com as bochechas vermelhas.