sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Capítulo cinquenta e seis


Joseph 

Como eu podia sentir ciúmes de alguém que já nem estava aqui? Eu me odiava por ter dado a chance do Wil e da Demetria ficarem juntos, eu achei que fosse mais fácil ver ela grávida e feliz, mas acabou comigo. Eu queria que os seus filhos fossem meus. Eu queria poder ter deixado ela tão feliz assim, ter dado a ela algo que a prendesse para sempre ao meu lado. Quando eu senti o chute na sua barriga eu fiquei emocionado, foi estranho e incrível ao mesmo tempo. Eu tinha que me desculpar pela besteira que eu disse a ela hoje, eu falei a ela que não desistira dela e era verdade. Eu queria o pacote completo, mesmo que eu demorasse a aprender a lidar com o seu passado eu tentaria. Era isso ou teria que viver sem ela e isso não era mais uma opção.
                                              ...

“O que você está fazendo aqui?” – ela perguntou assim que abriu a porta para que eu entrasse. Ela estava linda vestindo uma blusa preta justinha que marca sua barriga e uma calça solta da mesma cor.

“Eu quis te ver de novo.” – eu disse.

“Já está tarde Joseph .”

“Você já jantou?”

“Não.”

“Então vamos jantar, eu lembrei que você não gosta de comer cedo e pensei em trazer alguma coisa para gente.” – ela me olhou desconfiada.

“O que você trouxe?”

“Comida japonesa e italiana, você escolhe.”

“Os dois?”

“Sim.”- ela sorriu.

“Eu estou grávida Joseph , você não pode trazer dois tipos de comidas e esperar que eu escolha apenas um.” –disse divertida. A gravidez tinha feito tão bem a ela, estava diferente e parecia mais...feliz. Vê-la assim me deixava contente. Eu sei como deve ter sido difícil para Demetria perder o Wil, eu já passei por isso e não desejaria isso a ninguém.

“Então nós comeremos os dois.” “Você também vai”?

“É claro que eu vou.” – ela sorriu ainda mais.

                                              ...

“Satisfeita?” – perguntei a ela depois que terminamos.

“Estou.” – ela falou enquanto bocejava.

“Você está com sono não é?”

“Muito Joseph , o dia hoje foi intenso.” “Porque você não sobe e descansa? Eu vou guardar essas coisas e tranco tudo antes de sair.” – olhei para ela e percebi que ela estava em dúvida. Eu queria dormir no apartamento dela, mas não poderia pedir isso a ela, não por enquanto.

“Tudo bem – ela bocejou de novo. - eu só vou aceitar porque estou muito cansada. Obrigada pelo jantar Joseph .” – “Dorme bem anjo.” – antes de ela virar eu e a puxei para lhe dar um beijo na testa, ela me olhou surpresa e subiu.


Joseph

“Não mesmo.”- Bianca gritou.

“Acabou Bianca, eu não amo você.”

“Mas eu amo você Joseph .”

“Isso não importa.” – ela andava de um lado para o outro e eu estava aliviado de finalmente ter tido coragem para fazer a coisa certa.

“Dois meses Joseph , eu preciso de dois meses. – ela falou desesperada. - O aniversário do meu pai está perto e eu não quero que ele se decepcione comigo até lá, por favor, depois da festa você pode fazer o que quiser amor.” – ela falou meio perdida. Eu sei quanto ela valorizava a opinião do pai, essa era uma das poucas coisas que eu e ela tínhamos em comum.

“Tudo bem, eu vou te dar dois meses, mas a minha decisão não mudará e eu não vou dormir na mesma cama que você.” – ela me olhou irritada.

“Porque não aproveitamos esse tempo Joseph , talvez possamos nos entender.”

“Nem adianta tentar mudar a minha cabeça.”

“Tem alguma mulher envolvida nessa história não tem? Eu posso sentir.”

“Não me importa o que você pode ou não sentir, isso não é mais da minha conta.”

“Ainda é da sua conta querido, nós não estaremos separados até que eu assine os papéis.” – olhei para ela nervoso, ela não seria nem louca de atrapalhar o processo do divórcio.

“Não me faça envolver seu pai nessa situação Bianca. Se eu souber que você pretende atrapalhar os meus planos você vai se arrepender.”

“Eu não tenho medo das suas ameaças Joseph , eu sei que você não joga limpo e se eu tiver que fazer o seu jogo eu vou fazer.” – ela disse e sorriu maliciosamente para mim. Saí do quarto e fui até o escritório. Passaram-se dois dias desde que eu vi Demetria. Eu só conseguia pensar na noite que passamos em seu apartamento. O seu sorriso, o seu perfume, a alegria que eu via quando ela falava dos bebês. Eu queria estar com ela, mas toda vez que eu pensava nisso eu me culpava, se eu não tivesse sido tão teimoso e arrogante ela estaria comigo há muito tempo.

“Oi.” – ela cumprimentou ainda sonolenta.

“Te acordei?”

“Mais ou menos, eu estava tentando ler, acho que acabei caindo no sono.”

“Eu queria ouvir sua voz.”

“Hum.”

“O que você fez hoje?” – encostei-me à cadeira esperando, eu não queria desligar.

“Eu tive aula essa manhã e tentei estudar à tarde, eu faltei muito nesse semestre, mas se eu conseguir boas notas nas provas finais eu ainda tenho chance de não ficar para trás.”

“Como vai ser quando eles nascerem?”

“Eu vou ter que trancar.” – ela falou e soltou uma risada.

“O que foi?”

“Eles estão mexendo.”

“Sério?”

“Huhum, você acordou nós três.” – ela falou.

“E queria estar aí Demetria.” – ela não respondeu.

“Você acha que algum dia nós ficaremos juntos?” – perguntei. Eu nunca tive tanto medo de não conseguir alguma coisa.

“Eu não sei.”

“Mais você quer?”

“Eu tenho que desligar Joseph , tenho aula amanhã cedo e preciso dormir.”

“Tudo bem.”

“Boa noite.”

“Boa noite.”

Esse era um daqueles momentos em que eu podia me perguntar que raios eu tinha feito com a minha vida. Estava tudo errado.


Demetria

Assim que eu ouvi a voz do Joseph . Senti um chute na barriga, já estava tarde e eles quase nunca mexiam nesse horário. Eu não queria achar que tinha alguma coisa haver com Joseph . Mas eu acho que passava todas as minhas sensações e sentimentos para os bebês.

Fui para cama e não consegui deixar de pensar no quanto o Wil estaria feliz em fazer parte disso. Eu queria tanto que ele tivesse pelo menos conhecido os nossos filhos. Ainda era difícil pensar nele, e eu tinha raiva quando percebia todas as coisas boas que ele estava perdendo.

Será que seria sempre assim? Ficar perto do Joseph era como se eu estivesse traindo Wil, ao mesmo tempo era reconfortante, pelo menos nos momentos em que ele não me tratava mal. Esse era o meu maior medo, confiar nele e ser decepcionada de novo.
                                                ...

“Eu só vou se você me garantir que vai comer direitinho Demetria, eu já percebi como você come pouco e isso me preocupa.”

“Eu não sou ruim para comer.”

“É sim.” – Ângela me entregou. Isso era um complô dessas duas. Eu não gostava de ser forçada a comer, eu comia na hora que eu sentia fome, para falar a verdade eu estava comendo muito, mas acho que somente os alimentos errados.

“A Ângela vai cuidar de mim Anita, pode ir tranquila.” – ela passaria o final de semana em NY com Carlos, ele seria um palestrante em um congresso importante de advocacia.

“Estarei de volta antes da próxima consulta querida. Essa vai ser a primeira viajem do Joseph depois do acidente e eu queria estar com eles nesse momento.” – é claro que a Bianca iria.

“Eu entendo Anita, não quero que você se preocupe comigo enquanto estiver lá Ângela não vai sair de perto de mim.”

“Ótimo, não quero você sozinha de jeito nenhum.” – eu queria saber quando foi que eu fiquei incapaz de cuidar de mim mesma. Essas duas me tratavam como se eu fosse uma criança de 10 anos. Sorri para Anita para que ela ficasse tranquila. Nunca pensei que diria isso, mas eu gostava de todo esse cuidado comigo. O problema é que essa minha carência sempre fazia com que eu me decepcionasse mais cedo ou mais tarde.

2 comentários:

  1. o joe ta babando na gravidez da demi kkkkkkkkkk que fofo, que lindo. Essa Bianca é uma cachorra ne? 2 meses ! nem eu ou aguentar

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  2. O Joe todo bobao gente,todo preocupado ai jesus
    Eu to amando
    Ja to vendo q na hora do parto Joe vai querer ta com ele,la do lado dela
    Afe bianca ta aprontando cara
    To maravilhoso
    Xoxo

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