— O que você fez? – solto um grunhido feroz.
— Solte a tesoura, Samantha. – ouço a voz de Espírito ao meu lado. Meus olhos vasculham nervosamente as mãos dela e encontram uma tesoura grande, metálica, com resquícios de sangue fresco escorrendo entre os dedos.
Ah, Deus, será que ela teve coragem?
— Acha que eu o mataria? – ela desdenha, com um sorriso sádico nos lábios.
— Onde ele está? – atiro a pergunta, enquanto uma aglomeração se forma ao nosso redor. Meu avô se aproxima e pede calma. – Onde está o Joseph, o que fez com ele? – grito, enlouquecida.
— Não vai ficar com ele. – ela ri e seus olhos se estreitam, malignos. Avança e Espírito se mete entre nós.
— Solte a tesoura e vamos conversar como pessoas civilizadas. – ele estende a mão e Samantha balança a cabeça, em negativa.
— Saia da minha frente, meu assunto não é com você. – ela rosna e Espírito parte para cima, mas não chega a tocá-la.
Com uma destreza que me impressiona, ela rasga o braço do meu amigo, cortando o ar lateralmente. E então, com um chute na altura do estômago, o tira de cena.
Antes que eu possa pensar no que fazer, Samantha avança sobre mim e ouço gritos vindos de todos os lugares. Um em especial chama a minha atenção e procuro por Joseph entre os rostos.
Seu ombro está ferido, sangrando. Pressiona o local com a mão e caminha um tanto trôpego. Está branco como cera, o olhar vidrado em nossa direção. Ele grita algo e cambaleia, caindo de joelhos no gramado.
Vejo meus pais correndo em meu auxílio. Seguro a mão de Samantha no alto, mas não esperava pela joelhada nas costelas. A dor é aguda e eu me reteso, soltando sua mão. Nesses milissegundos preciosos, ela apunhala meu peito.
Sinto a carne rasgando para a tesoura penetrar. Um gosto ferroso de sangue sobe pela garganta e meu coração está prestes a sair pela boca. Ainda estou de pé quando Samantha arranca o objeto metálico da minha carne, segurando-o como se fosse um punhal. Arma um novo ataque e antes que leve a cabo seu desejo assassino, minha mãe se atira sobre ela e a tesoura voa longe.
A mulher está possuída, mas minha mãe não deixa barato. Acerta dois socos naquele rosto transfigurado, um de direita e outro de esquerda. Assisto, apática, quando Samantha é levada a nocaute.
Só escuto ruídos e zumbidos. O cenário está borrado em preto e branco, a não ser pela imagem colorida de Joseph. Minhas pernas bambeiam e faço uma força sobre-humana para permanecer de pé. Só me deixo tombar quando sinto seus braços seguros e acolhedores em volta de mim.
As imagens são picotadas. Escuridão e claridade, escuridão e claridade. Meu pai rasga o meu vestido e pressiona o ferimento com sua camisa polo branquinha. Joseph mede minha pulsação e sussurra em meu ouvido, aos gemidos:
— Não me deixe, você prometeu.
Minha consciência vem e vai, sem controle. Não faço ideia do tamanho do estrago causado por Samantha. A dor é ínfima perante a visão transtornada de Joseph, dos meus amigos, da minha família.
Estou nos braços do meu velho e ele corre desenfreado para o estacionamento. Olho por sobre seu ombro e vejo Joseph logo atrás, sendo amparado por Nauane. Ouço sirenes da polícia se aproximando e jogo uma maldição silenciosa naquela desgraçada da Samantha: “Que você apodreça na cadeia.”
Nesse momento, a mente desliga e meus olhos se fecham.
Espero que não aconteça nada com a Demi
ResponderExcluirEstou ansiosa
Posta mais!!!
Q bicha looucaaaa. O Joe pedindo p ela ficar meu Deus eu n TÔ bem
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